A disputa judicial entre o Vasco e a 777 Partners ganhou um novo capítulo polêmico. No último fim de semana, o escritório Dickstein Advogados, que representa a 777 Carioca na Justiça, notificou o clube e o acusou de “enriquecimento ilícito” por tentar vender a SAF sem o consentimento da empresa, baseando-se apenas em uma liminar judicial provisória.
O documento, protocolado na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, questiona a conduta da diretoria vascaína e alerta para possíveis consequências graves.
“O CRVG está se valendo exclusivamente de uma decisão liminar de 1ª instância – de caráter provisório e que não foi sequer proferida pelo órgão jurisdicional competente para decidir o mérito da disputa – para praticar atos definitivos que podem causar danos graves e irreparáveis à SAF e à 777 CARIOCA”, diz a notificação enviada pelos advogados da empresa.
A 777 Partners, que detém 70% da Vasco SAF, reforça na ação que seus direitos como acionista majoritária estão sendo violados e que pretende buscar indenização por eventuais prejuízos causados pela decisão judicial favorável ao Vasco. Além disso, a empresa acusa o clube de se beneficiar indevidamente dos investimentos já realizados pela gestora americana.
“A suspensão dos direitos políticos e patrimoniais da 777 CARIOCA acaba por causar enriquecimento ilícito e sem causa do próprio CRVG, que está usufruindo, a seu exclusivo critério e sem ingerência da 777 CARIOCA, das centenas de milhões de reais já aportados pela Notificante na SAF e das consequências decorrentes desse investimento”, acrescenta o documento.
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Declaração de Pedrinho aumentou a pressão
A ofensiva da 777 na Justiça veio logo após uma entrevista concedida pelo presidente Pedrinho, na qual ele reafirmou sua intenção de vender a Vasco SAF para novos investidores. O conteúdo de sua fala, inclusive, foi citado na notificação enviada ao clube.
“Enquanto eu for presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, a minha intenção vai ser vender a Vasco SAF. […] Eu quero vender a Vasco SAF. Quando isso vai acontecer? Não sei. Pode demorar um mês, um ano… Eu não sei”, afirmou Pedrinho.
A fala do dirigente pegou a 777 Partners de surpresa, já que, segundo a empresa, o Vasco não poderia negociar a SAF sem o seu consentimento.
Disputa judicial segue indefinida
O Vasco levou o caso à Justiça em maio de 2024, alegando que a 777 Partners não vinha cumprindo suas obrigações financeiras e poderia deixar de honrar os pagamentos acordados no contrato. A Justiça concedeu uma liminar suspendendo os direitos políticos e econômicos da empresa dentro da SAF, mas a decisão ainda está pendente de julgamento em instâncias superiores.
Além do processo judicial, a disputa também segue no âmbito da arbitragem na Câmara da FGV, que será responsável por decidir o mérito da questão. Enquanto isso, o impasse segue travando o futuro da Vasco SAF e deixando o clube em um cenário de incertezas.
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