Léo Jabá tinha apenas 18 anos quando deu uma entrevista marcante em 30 de março de 2017, ao final do jogo do Corinthians, onde marcou seu primeiro gol como profissional. Após o jogo, Léo foi dar entrevista ao SporTV e analisou a pressão que dizia receber por ser uma promessa da base do Timão ao ser um pai de família que não sabe se volta para casa ao final do dia.
Os anos passaram, ele foi jogar na Grécia, passou pela Rússia e agora está no Vasco da Gama. Vem treinando bem e foi titular na partida contra o Resende no Campeonato Carioca. Com apenas 22 anos, mostrou novamente que sabe dar entrevistas. E relembrando aquela entrevista marcante de 2017, falou também sobre a trajetória do clube da Colina e da luta contra o racismo.
Ao UOL Esporte o jogador explicou aquelas palavras.
– Eu dei essa entrevista contanto a realidade. Foi de coração. Todos nós temos uma pressão e obrigação, mas quem tem menos condições financeiras sofre muito mais. Eu sei da história do Vasco, que foram negros e operários que lutaram para fazer o estádio e o clube. Eu fico orgulhoso disso. Orgulhoso por conhecer essa grande história do clube e agora fazer parte dela. Sabemos que ainda existe racismo, mas isso tem que acabar. Ninguém é melhor do que ninguém. Somos iguais, somos seres humanos. Nós, jogadores de futebol, temos que combater o preconceito. Precisamos servir de exemplo para a sociedade e dar um basta nisso – disse Jabá.
E ainda falou sobre os momentos que passa com os jogadores da base Vascaína, além de se sentir feliz por ter jogado no Maracanã e ajudado o Vasco no clássico contra o Flamengo
– Apesar de ainda ser jovem, ter contato com os garotos me lembra a época das minhas primeiras oportunidades com o elenco principal do Corinthians, aos 16 anos. Um dia eu fui um menino sonhador, que estava começando também. A experiência com os meninos que vêm da base é muito boa. Eles conversam e brincam, isso deixa o clima bem legal. Espero ajudá-los assim como já recebi a ajuda de bons jogadores. Foi uma marca que ficará para sempre na minha vida. Primeira vez no Maracanã, logo em um clássico, sabendo da repercussão do jejum. Ficará marcado por tudo. Fiquei muito feliz por poder jogar, ainda mais com a vitória. Foi um grande dia, sem nenhuma dúvida. Foi muito gostoso ver a torcida comemorando essa vitória. Elenco, comissão e torcida tiveram o mesmo sentimento de alegria – destacou.
Por Ignez Alessandra