O especial 10 perguntas aos candidatos à presidência do Vasco desta segunda receberá as respostas do candidato Sergio Frias, da chapa “Aqui é Vasco”.
Por Fabio Torres e Lucas Rodrigues
Sergio é escritor, professor, pesquisador, palestrante e formado em direito e gestão esportiva. Membro do grupo “Casaca!”, tem longa trajetória no clube e foi membro do conselho deliberativo diversas vezes, tendo sido vice presidente entre 2015 e 2017. O Casaca! ficou conhecido como grupo sempre fiel ao ex-presidente do clube, Eurico Miranda.
Frias, inclusive, escreveu a biografia de Eurico, intitulada “Todos contra Ele”, da editora “MPMNeto”.
Foto: Reprodução
1 – Qual será a primeira ação a ser tomada quando tomar posse, caso seja eleito? Por que?
Retomar o texto de reforma do estatuto para levá-lo a plenário e depois ao quadro social, a fim de que este ratifique a nova carta magna vascaína, de fundamental importância para a modernização do clube, respeito aos poderes e interesse de novos parceiros investirem em algo mais sólido e, com isso, mais chamativo.
2 – Como pretende terminar a construção do CT?
Através daquilo que já foi arrecadado e com ações novas atreladas a outras que tragam verbas carimbadas em objetivos firmados.
3 – Qual seu plano imediato para solucionar o problema de salários atrasados e dívidas que sufocam o clube?
Atrair investidores, fazendo-os vislumbrar em crescer com sua marca atrelado à nossa marca. No início de uma gestão é lugar comum surgirem potenciais parceiros querendo de alguma forma uma relação de investimento e troca, inclusive, tratando-se de agentes negociadores, que se imaginavam dentro do clube a partir da vitória de A ou B. Os investidores querem lucrar e o Vasco é meio para isso, só que o lucro tem de vir com parcerias firmes, não efêmeras. Títulos de crédito jogados no mercado, Fidics e outros potenciais recursos, oriundos de terceiros, não devem tirar do Vasco o poder de ele próprio negociar o pagamento de suas dívidas, pois a terceirização disso só dá lucro mesmo a outra parte. O Vasco trocar uma dívida pulverizada por outra com apenas um credor, em tese, pode ser bom ou ruim, dependendo da relação, da forma como a transação é fechada e de eventos futuros, imprevisíveis.
4 – Qual a sua opinião sobre o projeto de reforma de São Januário apresentado pela atual diretoria?
O projeto da reforma de São Januário não pode mexer com parte de seu patrimônio histórico, construído para outros esportes, não pode tirar a independência do Vasco quanto a comandar seu patrimônio, não pode ser levado à frente sem uma preocupação com o entorno do estádio e deve ser anunciado quando investidores já estiverem em acordo com os preceitos do Vasco em aquiescer à reforma.
5 – Pretende implementar alguma filosofia de jogo específica? Que tipo de treinador você gosta?
O futebol hoje precisa trabalhar com aspectos dos mais variados, ligados à ciência, tecnologia, pesquisa e disciplina. Um estilo de jogo fixo pode podar individualidades, estratégias de jogo devem se adaptar à evolução ou, de preferência, apresentarem-se como parâmetros para ela. Um técnico que entenda – por mais experiência obtida que carregue – ser o futebol um aprendizado eterno, certamente terá sucesso, se reinventará muitas vezes e conseguirá mais sucessos em diferentes panoramas e circunstâncias.
6 – Manterá profissionais que trabalham na gestão atual como Ramon, Mazzuco e Brazil?
A manutenção de um profissional no clube é natural em ele se adequando à filosofia de trabalho. Não cabe iniciar qualquer planejamento com pré conceitos a respeito de nomes, até porque a adaptação deles a um planejamento de trabalho diferente pode levá-los a ter mais destaque e protagonismo, caso o novo modelo seja aplicado e desenvolvido, consoante à expectativa de sucesso que se pretende ter com ele.
7 – Quanto tempo você acha que o Vasco terá condições de montar um time forte com condição de brigar por tudo?
Brigar com tudo é o ideal para início de conversa. Se um time briga com tudo (com todo o seu potencial), aprende a brigar por tudo. O Vasco terá de se mostrar em campo, brigador e comprometido, primordialmente.
8 – Pretende trazer algum jogador de peso para alavancar o marketing? Tem algum nome que você sonha em contratar para o clube?
Jogador para alavancar o marketing não é estratégia para o time de futebol, precipuamente. Reforços tem de se encaixar naquilo que resolverá os problemas do clube. Normal se contratar, buscando-se uma espinha dorsal para o time, mas se o resto do corpo for uma colcha de retalhos a estrutura não se sustenta. A mescla de base com atletas experientes tem de ser entremeada por jogadores funcionais para o elenco, que completem e complementem o time e não, simplesmente, tapem buracos.
9 – Pretende recuperar esportes como remo e basquete?
Claro que sim. Dois esportes tradicionais do clube. Outros mais o Vasco vai ter, dentre os mais conhecidos no clube e esportes nos quais o gasto seja ínfimo, diante do retorno de mídia, também, devem ser reincorporados ao Vasco, assim como os esportes paralímpicos devem voltar, com o devido apoio.
10 – Qual a principal diferença da sua chapa para as demais que pode fazer a diferença nas eleições?
A nossa chapa tem como preceito um Vasco independente, agregador, focado no presente, vislumbrando o futuro, mas sem deixar de valorizar sua história e tradições. Um Vasco que leve à geração seguinte, depois da atual, um ensinamento de como se faz para que o clube resolva seus problemas para além de soluções drásticas, fantasiosas ou supostamente simples.