Miguel segue envolvido em mais polêmicas. O jogador que está em rota de colisão com o Fluminense agora entrou em polêmica com o Vasco, que afirma ter 30% dos direitos federativos do jogador. O pai do atleta nega.
O jogador atuou pelo Vasco em 2015 ao lado do lateral esquerdo Riquelme e do atacante Talles Magno. Miguel chegou no Vasco após brigar com a gestão de Peter Siemsen no Fluminense.
O gerente da base vascaína na época Álvaro Miranda, filho do ex-presidente Eurico Miranda, em reportagem ao portal UOL, afirmou que ainda existem os documentos a respeito dos direitos federativos do atleta:
– Confirmo. Inclusive tenho esse documento em cópia. O pai, porque queria aumento, pediu a liberação. Como tínhamos contrato de formação em vigor rigorosamente em dia, não liberamos. Mais para frente recebi ligação do Marcelo Teixeira [ex-diretor de base do Flu]. Na época tínhamos acordo entre os clubes formadores que ninguém poderia pegar jogador de outra agremiação com contrato em vigor. Então, falei que só liberaria mediante algum percentual para o Vasco como clube formador, e aí firmamos de 30% para o Vasco e 70% para o Flu”, declarou Álvaro.
O pai do garoto, que se envolveu em polêmicas no Fluminense com a atual gestão, além de polêmicas com Peter Siemsen e com a gestão de Eurico Miranda na época do Vasco, afirma desconhecer tal contrato, já que jogadores menores de 14 anos de idade não podem assinar um contrato profissional, além disso diz que essa repartição teria que ter a sua anuência.
Álvaro Miranda contesta o pai do jogador: “O pai do atleta não tem direito nenhum sobre os direitos federativos. O Miguel era 100% do Vasco, que era o clube que o registrou. Então, para fazer contrato para ceder os direitos, não precisa da anuência do pai. O acordo foi firmado de clube para clube. Se ele [pai do Miguel] não tinha ciência, aí já não sei. Caberia ao Flu passar para ele, né? Mas firmei isso na época com o Marcelo Teixeira. Ele pode confirmar. Inclusive, se ligar para o Vasco, esse documento está lá assinado pelos presidentes dos dois clubes”, frisou Álvaro.
O Fluminense confirma que o Vasco ainda detém 30% dos direitos federativos do atleta. Em 2016, o jogador entrou em rota de colisão com o Vasco. Chegou a colocar o clube na justiça e faltou inúmeros treinos, mas continuou frequentando a Escola Vasco da Gama, segundo pessoas do clube. No final das contas, Miguel acabou desistindo da ação e indo para o Fluminense com o Vasco permanecendo com os tais 30% dos direitos, que o pai contesta.
Segundo o especialista em direito esportivo, Carlos Eduardo Ambiel, não há problema na divisão de direitos e o atleta não precisa concordar com isso, porque o valor de uma eventual transferência do vínculo federativo pertence ao clube empregador e não ao atleta, o que corroboraria com a tese empregado pelo ex-diretor Álvaro Miranda.
Por Gustavo Monteiro