Daniel tem 19 anos, nascido em Resende, mas atualmente mora no Rio de Janeiro, entrou no Vasco em novembro de 2019
O Vasco é para todos, sendo o único time a possuir um projeto Paralímpico, que se iniciou em 2004, na gestão Eurico Miranda, mediado pelo Professor Ricardo de Moura com apenas um atleta, Mauro Brasil (atual fisioterapeuta) e uma técnica (Lívia Prates atual Coordenadora) apenas na modalidade natação, teve ascensão em 2007 devido aos resultados expressivos do Parapan do Rio e a constante procura pela modalidade.
Em 2010, com o apoio do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) fundou-se o Departamento de Esportes Paralímpicos e nesse mesmo ano somado a natação, veio também o Futebol de 7 (para paralisados cerebrais) e o Vôlei Sentado que hoje difunde a pratica do paradesporto nas manifestações: escolar, de participação e de alto rendimento totalmente gratuito para mais de 100 atletas.
Daniel se encaixa na modalidade de paratleta devido a uma deficiência chamada paraparesia espástica, que causa uma fraqueza muscular nos membros inferiores e uma dificuldade maior na flexibilidade e afins das pernas, além de possuir uma pequena diferença de tamanho entre elas, coisa de menos de 1 cm.
Em entrevista ao Papo na Colina, Daniel contou como funciona a natação no Vasco: Na parte da natação paralímpica, temos pessoas de todas as idades desde a escolinha com crianças de 5 anos até a equipe principal onde são as pessoas com 18 anos ou mais, são pessoas com diferentes deficiências, sendo elas físicas, intelectuais ou visuais.
Como surgiu a oportunidade de ser atleta do Vasco?
- Fevereiro de 2019 foi quando eu comecei a minha trajetória na natação competitiva treinando de segunda a sexta e participando de competições na região Sul Fluminense, em setembro do mesmo ano, minha mãe e eu fomos atrás de conhecer o universo Paralímpico e mandamos e-mail para instituições onde havia um projeto voltado para a natação paralímpica, foi aí quando a minha atual treinadora Lívia Prates respondeu um e-mail nosso, e me convidou para participar de uma competição paralímpica. Logo depois disso veio o convite para me integrar ao Vasco.
Qual a importância dos clubes que investem nos esportes paralímpicos?
- Para nós, pessoas com deficiência principalmente é essencial por diversos motivos como a inclusão através do esporte e uma oportunidade de mudar de vida. Infelizmente os clubes não tem essa parte bem trabalhada visto que só o Vasco da Gama possui um projeto Paralímpico, se houvesse uma cultura maior sobre isso com certeza seria ótimo para todos.
Como o esporte influenciou na sua vida?
- O esporte é e sempre foi importantíssimo, tanto por hoje ser minha profissão quanto por sempre estar presente na minha vida, nado desde os 3 anos e ja disputei muitos outros esportes como basquete, vôlei futebol e outros (risos)
O que o Brasil precisa fazer para ampliar e consolidar seu potencial esportivo paralímpico?
- Felizmente o Brasil é um país muito forte nas paralímpiadas, em Tóquio ficou em 7 lugar do ranking geral das medalhas e isso é graças aos investimentos no esporte paralímpico como o Centro de Treinamento Paralímpico brasileiro que fica em São Paulo, isso é um legado da Rio 2016. Mas como melhorar e se consolidar? Continuando a ter um investimento nos atletas brasileiros, promovendo eles e assim facilitando para que o atleta tenha condições de fazer um treinamento adequado para o alto rendimento.
Como o esporte poderia ser mais acessível? E qual seu desejo para a próxima geração?
- Divulgando mais, para que as pessoas possam conhecer e ter um alcance maior. Meu desejo para a próxima geração é que mais pessoas estejam nos projetos paralímpicos, participando dessa inclusão que é muito importante para as pessoas com deficiência.
Em 2 anos competindo, Daniel já conquistou 25 medalhas.