Ex diretor do clube comentou sobre o vazamento de relatório feito por Pássaro, onde expôs má gestão na sua gestão, entre 2019 e 2020
Por: Luiz Nascimento
Diretor-executivo do Vasco entre julho de 2019 e dezembro de 2020, Mário André Mazzuco não ficou nada satisfeito com o relatório entregue à diretoria do clube pelo seu sucessor, Alexandre Pássaro, divulgado inicialmente pelo jornalista Bruno Braz e depois por outros veículos de imprensa, entre eles o Papo na Colina. Na oportunidade, Pássaro divulgou seus feitos financeiros à frente do departamento e expôs a falta de condições estruturais e problemas salariais quando chegou ao Gigante em janeiro de 2021.
Em entrevista ao canal Atenção Vascaínos!, Mazzuco disse que o vazamento deste tipo de informação é prejudicial para a imagem do clube.
“É um assunto muito delicado. Eu fiquei muito decepcionado em relação ao vazamento desse relatório com esse tipo de informação porque é ruim para o clube, para o profissional… Não é uma coisa bacana, tanto é que gerou uma repercussão muito grande”.
O ex-gestor se defendeu, afirmando que um de seus maiores feitos foi a compra do terreno onde foi construído o CT Moacyr Barbosa, na Cidade de Deus, que contou com uma campanha de financiamento coletivo abraçada pela torcida.
“Já é sabido que o Vasco tem problemas estruturais, financeiros… Isso é chover no molhado. Quem vai para o Vasco, já vai sabendo dos problemas que o clube tem. Tem que ir disposto a resolvê-los com muito respeito ao clube. Eu deixei bem claro, na minha entrada e na minha saída, do privilégio que eu tive em trabalhar no clube. Alheio aos problemas que o Vasco tem, só faço algumas
menções importantes: o CT foi uma quebra grande de paradigma para fazermos isso. É um feito enorme, não tem ideia da importância disso para o clube. Então já se quebra essa questão por ter um CT próprio”.
Outro ponto que foi abordado no relatório diz respeito à licença de dois softwares essenciais para análise de desempenho e mercado, que estavam com suas licenças vencidas há tanto tempo, que os funcionários do Vasco tinham que pedir senhas que eram emprestadas gentilmente por outros clubes. Sobre esta acusação, Mazzuco disse que o Vasco renovou a licença, mas não soube dizer se o clube atrasou alguma parcela:
“A questão das senhas é algo um pouco confuso. Na época que eu estava lá e a gente renovou as concessões das licenças das duas ferramentas. Lógico, isso é parcelado, não sei o que aconteceu depois, se deixou de pagar ou não, mas tínhamos as ferramentas. Tínhamos um departamento interessante. Tem um profissional muito bacana lá que é o Lucas (Vergne) que fazia toda a parte de análise de mercado junto com o Tiago, nos ajudou muito. Utilizávamos os profissionais da base também para isso. Para detecção, identificação… Funcionou super bem nessa época. O Germán Cano é um exemplo”, citando o centroavante argentino que deixou o Vasco nesta semana.
O ex-executivo encarou com naturalidade a elaboração do relatório, mas afirmou estar decepcionado com o vazamento. Inclusive, Mazzuco ainda revelou um telefonema de Alexandre Pássaro, logo após a divulgação do relatório.
“Eu vou ser bem justo e falar que foi ele que fez isso: pegou o telefone e me ligou. Trocamos ideia, enfim… Situação pessoal é resolvida. Vou falar o que falei para ele: isso é ruim para o clube, para ele como profissional. Mais uma vez: as pessoas do Vasco que hoje estão têm consciência do que precisa ser feito. Não é um relatório que vai criar um caos ou que vai dizer o que tem que ser feito. Tem muita coisa a ser feita, mas tem muita coisa boa que também foi feita. Mas nesse meio, tem o resultado esportivo que não aconteceu que foi a queda e o não acesso, o que traz um prejuízo financeiro muito grande para o clube”.
Depois de deixar o Cruzmaltino, André Mazzuco trabalhou no Cruzeiro, até abril deste ano e depois rumou para o Santos, onde despachou entre maio e outubro de 2021. Atualmente está sem clube.