Estatuto do clube dá aos seus sócios o direito de visitar as sedes
Por: Luiz Nascimento
Que São Januário é motivo de orgulho dos torcedores do Vasco, isso é fato. E todo associado tem o direito de frequentar a Colina Histórica. Aliás, é quase uma tradição dos sócios do Vasco, ir ao estádio, caminhar pela social e tirar uma foto do gramado. No entanto, para um grupo de sócios, esse passeio corriqueiro se tornou uma enorme dor de cabeça. É o que informa o jornalista Hector Werlang, do Globo Esporte.
Os relatos são diversos. Em alguns, os seguranças impedem o acesso do sócio, mesmo com a identificação comprovada. Em outros, o associado até consegue entrar, no entanto, não pode circular pelas dependências internas por conta de grades de isolamento. De acordo com quem enfrentou esse problema, o acesso só é liberado para quem pagar o ingresso do programa oficial de visitação do complexo esportivo de São Januário, o Tour da Colina. No entanto, em nota oficial, o Vasco garantiu o direito de visita de sua principal sede a todos os associados e disse que a colocação de grades de isolamento foi um erro.
A história ganhou mais força no sábado (11/12), com o relato do sócio e conselheiro Gustavo Luiz Gouvêa Almeida Jr., que postou uma foto em seu Twitter mostrando uma grade que impedia o acesso à social de quem saía da secretaria do clube. A foto foi tirada na sexta-feira (10/12), quando Gustavo, que é membro do grupo Sempre Vasco, foi ao clube protocolar ofício à Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo, pedindo que ele decida sobre a convocação do presidente Jorge Salgado, para dar explicações sobre a campanha desastrosa do time de futebol na Série B de 2021:
“Cheguei lá pelas 17h e me deparei com o clube cheio de grades. Tinha essa da foto, que impedia o acesso à social para ver o campo. Na parte inferior, também. Tinha grade fechando o acesso bem em frente a onde antes era a sala de troféus. Eu tinha ouvido esses relatos antes e acabei confirmando. É um direito estatutário de qualquer sócio do clube, que agora está trancado e impedindo a circulação. Não cheguei a tentar andar, não queria criar confusão. Mas acho que, se eu tentasse, seria barrado” – afirmou Gustavo.
O sócio Jeferson Prado também foi barrado na Colina, mas o problema foi diferente. Em 24 de julho, o sócio-proprietário de Santo Antônio de Pádua, noroeste do estado do Rio, decidiu ir à São Januário pedir a noiva Patrícia em casamento. No entanto, os seguranças alegaram que a entrada só era autorizada para quem pagasse pelo ingresso do Tour da Colina.
“Pedi pra ir para a social, mas um segurança na porta principal falou que não podia entrar. Mostrei a carteirinha. Ele pediu desculpa e disse que era ordem da presidência. Que só podia entrar pelo tour. Então, tivemos de esperar o horário da próxima visitação e pagar o ingresso. Sou sócio estatutário desde julho de 2019 e nunca vi algo assim” – disse Jeferson.
Relatos como esses se multiplicam nas redes sociais. Em seu perfil no Twitter, o vice-presidente de comunicação social, Danilo Bento, se posicionou:
“É um erro, sim. Inclusive o processo foi revisto totalmente para evitar essa limitação ao sócio. Cabe corrigir o mais rápido possível”.