Desligado em campo, o Vasco perdeu sua invencibilidade no Brasileirão no clássico contra o Fluminense. Porém, mais que a derrota, ficaram lições a serem observadas pelo time.
Por Kaio Machado
Apático e quase sem criação ou marcação no meio de campo, o Vasco viu o rival prevalecer em sua grande maioria, e dominá-lo em suas ações.
Sem Andrey e Bruno Gomes, um suspenso e o outro com covid-19, o time se viu como uma vítima do estilo tricolor, e não soube se comportar diante da vantagem do rival, a primeira desde que Ramon assumiu o comando técnico, que marcou logo no começo do jogo, após bobeada da marcação.
Contudo, o primeiro passo para evoluir é aprender com os erros, e, em entrevista após a partida, o capitão Leandro Castan mostrou que o time está ciente dos erros cometidos e tem a intenção de não repeti-los.
– Nossa equipe entrou desligada. Nós temos que conversar mais para melhorar isso, estramos sempre desligados e hoje infelizmente o Fluminense saiu na frente – disse.
De fato, o time entrou desligado, mas não somente isso, permaneceu assim ao menos durante todo o primeiro tempo, chegando pouquíssimas vezes à área adversária, principalmente com jogadas de Talles Magno, destaque vascaíno positivamente e negativamente, com a expulsão no fim do jogo.
É necessário não apenas reconhecer os erros, mas agir para corrigi-los, o time mostrou não possuir peças à altura dos titulares quando necessário. A ausência de Andrey mostrou com nitidez a dificuldade de criação do meio campo, bem como a de Bruno Gomes na marcação e saída de bola do time, que sofreu.
Os substitutos não corresponderam, principalmente Fellipe Bastos, que teve uma atuação lamentável. Apesar de claramente não ter sido o único culpado, como a falha grotesca que Fernando Miguel teve no segundo gol tricolor, que sacramentou a derrota vascaína. Assim, ficou evidente a necessidade de reforços para o setor, ainda que o torcedor critique a quantidade de volantes no plantel, para uma competição longa como o Brasileiro, é preciso ter elenco.
A solução inclusive pode ser caseira, como o clube não tem condições de gastar com grandes jogadores, a resposta mais clara é o de sempre: craque se faz em casa. E no próprio elenco atual podem surgir as melhores opções, ainda mais se falando de meio-campo. Jovens como Caio Lopes, Bruno Cosendey, que retornou de empréstimo, e Juninho, que renovou recentemente, são algumas das alternativas para o técnico Ramon Menezes.
Não é necessário improvisar jogadores como Fellipe Bastos, de primeiro volante, se há jogadores da mesma posição com um bom potencial logo em casa, nas categorias de base. É necessário apenas oportunizar.
Neste sentido, contudo, o Vasco terá menos um problema, uma vez que contará com o retorno de Andrey para a próxima rodada. Todavia, perdeu Talles Magno, e terá que se reinventar no setor ofensivo, por também não ter Vinícius a disposição.