Oposição pede explicações para direção de futebol sobre saída de ativo do clube
POR: Luiz Thiago
A polêmica transferência de Lucão para o Bragantino deixou o ambiente político do Vasco ainda mais agitado. E nem mesmo as justificativas do gerente geral de futebol do clube, Carlos Brazil, aliviaram o clima. Pelo contrário. O discurso do dirigente, que considerou um bom negócio a saída do jogador sem compensação financeira, revoltou torcedores e grupos de oposição.
“Bom negócio pra quem? Como o clube abre mão de um atleta como o Lucão, com histórico de seleção de base?”, questionou Júlio Brant, líder da Sempre Vasco, em entrevista ao ge.globo.
Brant disse ainda que irá formalizar um pedido para ter acesso ao contrato do atleta, além de pedir esclarecimentos sobre a negociação para o presidente Jorge Salgado. A reportagem do GE.Globo também conversou com o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Carlos Fonseca, que garantiu convocar Salgado ainda nesta semana.
Caso Lucão
A saída repentina de Lucão, anunciada na última segunda-feira, surpreendeu. Apesar de não ter se firmado como titular durante a reta final da Série B, o goleiro era visto em São Januário como um ativo do clube, com potencial para ganhar a posição ou render uma boa venda no futuro. Com passagens por seleções de base e a medalha de ouro olímpica conquistada em Tóquio no currículo, o jovem de 20 anos abriu mão da dívida que tinha a receber do Vasco e acertou com o Bragantino por cinco anos. O clube cruzmaltino manterá 50% dos direitos econômicos do atleta.
Assembleia Geral Extraordinária
O caso Lucão serviu para desgastar ainda mais a imagem de Jorge Salgado. Desde o final do ano passado, beneméritos insatisfeitos com a condução do futebol se organizaram para colher assinaturas de sócios para a constituição de uma Assembleia Geral Extraordinária, que poderia, a depender de votação, destituir Salgado do cargo. A organização do movimento pretende conseguir 3 mil assinaturas, número que seria suficiente para que a Assembleia fosse convocada. Até o momento, o grupo teria conseguido quase a metade da meta: 1400 assinaturas.