Poucas promessas cumpridas e tentativa frustrada de voltar a Série A são marcas do primeiro ano
Por: João Gabriel Reis
Jorge Salgado completa nesta terça-feira (25) um ano à frente do Vasco. Depois de vencer as conturbadas eleições de 2020, o presidente teve participação nas decisões do departamento de futebol ainda no Brasileirão daquele ano, em que o Vasco caiu, em conjunto com Alexandre Campello.
Na última temporada, não teve sucesso na missão de montar o elenco para levar o clube de volta a Série A. Alexandre Pássaro foi contratado como diretor executivo no início de 2021 e foi muito contestado pelas suas escolhas no cargo, embora tenha deixado o clube no fim da temporada muito elogiado por jogadores e funcionários.
Uma das promessas da campanha de Salgado foi diminuir a dívida do Vasco e colocar o clube entre as cinco maiores receitas do Brasil. De acordo com os números divulgados pela própria gestão, essa redução ocorreu e agora se estuda a implementação da SAF, considerada a principal forma de melhorar as receitas a curto prazo.
Já o futebol feminino vive uma crise com salários atrasados e saída de várias jogadoras. A diretoria ainda não conseguiu retirar a Certidão Negativa de Débitos, essencial para as leis de incentivo que impulsionam os esportes olímpicos. E as reformas de São Januário e do estatuto do clube pouco caminharam nos últimos meses.
Relembre algumas promessas da campanha de Salgado:
Estar entre as cinco maiores receitas do Brasil
O Vasco não divulgou ainda o balanço referente a 2021 (todos os clubes tem até quarto meses para fazê-lo). Em 2020, a receita divulgada foi de R$ 192 milhões. O ge teve acesso a um relatório que o Vasco irá divulgar nesta terça com alguns números obtidos no último ano.
A VascoTV, por exemplo, gerou R$ 2 milhões de receita vindas das assinaturas de pay-per-view do Campeonato Carioca e de cotas de patrocínio em 2021, um superávit de R$ 700 mil, de acordo com o Vasco. A folha de pagamento teve uma redução de R$ 40 milhões por ano, mas o clube ainda responde por um processo trabalhista pela demissão de 186 funcionários em março de 2021.
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Reforma de São Januário
O projeto de reforma do estádio de São Januário praticamente não avançou nesse período. Em julho do ano passado, a empresa que atuava na captação de recursos deixou de ser investidora do clube, e o prazo de início das obras precisou ser adiado. A promessa de entregar a arena pronta no dia 21 de agosto de 2023, no aniversário de 125 anos do Vasco, corre o risco de não ser cumprida.
Reestruturar o endividamento
Essa foi uma das promessas que mais vem apresentando sucesso até agora. De acordo com o relatório que será divulgado, o Vasco reduziu sua dívida total de R$ 833 milhões para R$ 723 milhões nesses primeiros 12 meses, oq que significa uma refeição de 12,3%. A promessa é de entregar o clube ao final do triênio com dívida inferior a R$ 400 milhões. Além disso, o clube conseguiu obter na Justiça o direito de centralizar a execução de R$ 93,5 milhões em dívidas trabalhistas. Foi o primeiro clube no Brasil a conquistar esse direito desde a implementação da PL do clube-empresa.
Futebol forte e vencedor
Esse é o ponto que mais interessa ao torcedor e o que mais deixou a desejar. Quando se era esperado um acesso para a elite, a realidade foi uma dificuldade enorme na Série B, amargando a décima colocação da competição. Também não avançou para a fase final do Campeonato Carioca e caiu para o São Paulo nas oitavas da Copa do Brasil.
Salgado prometeu na campanha uma reestruturação no departamento de futebol e, pensando nisso, foi criado o Comitê Consultivo do Futebol, mas na prática a pasta segue sendo comandada por um homem só: Alexandre Pássaro em 2021 e Carlos Brazil em 2022.