Reunião dessa quinta-feira é a primeira de quatro para decisão sobre a SAF
Por: Daniel Camara
Hoje a noite ocorrerá a votação do Conselho Deliberativo, na Sede Náutica da Lagoa, a inclusão no estatuto da possibilidade de constituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Esta reunião dará início a uma sequência de quatro encontros para formalizar o rito aprovado há duas semanas que, se tudo ocorrer como a diretoria deseja, levará ao acordo da venda de 70% das ações do futebol vascaíno à 777 Partners.
A assinatura da proposta vinculativa com o grupo americano, que irá garantir um aporte financeiro de R$ 630 milhões nos próximos três anos (R$ 120 milhões ainda em 2022), pode acontecer em qualquer momento do ano sem que haja algum fator que o impeça. Mas todo o processo burocrático de transformar o departamento de futebol em SAF, o que inclui a transferência de contratos de jogadores para o CNPJ da nova empresa e outras diligências, tem que seguir uma regra determinada pela CBF: ele não pode ocorrer com uma competição em andamento.
Para uma explicação ainda mais clara, no caso do Vasco em específico, o clube não vai poder começar a disputar a Série B do Brasileirão como Vasco da Gama e, no meio do torneio, se tornar Vasco SAF. E sem tornar-se empresa, não haveria porcentagem de ações para vender à 777 e, por consequência, o dinheiro não entraria. Mas a diretoria tem um plano para garantir o aporte financeiro mesmo que a SAF não seja aprovada até o início da Série B.
O Vasco repassou as seguintes informações:
“A Lei da SAF não restringe a sucessão esportiva do clube pela SAF a um certo período da temporada, determinando que a substituição ocorra ‘sem quaisquer prejuízos de ordem desportiva’ (art. 2º, § 1º, II). No entanto, caso não seja possível operacionalizar a substituição após o início da Série B, as partes ajustarão por contrato a gestão do futebol a partir do eventual fechamento da operação até o término da atual temporada”.
O Vasco “lidará” normalmente com a burocracia que requer a constituição de uma SAF, mas deixaria para transferir contratos de jogadores e comissão técnica depois do fim da Série B, como define a CBF. Clube e 777 Partners poderiam entrar em um acordo para que os recursos fossem destinados à associação Vasco da Gama nesse primeiro momento. Dessa forma, o dinheiro para fechar contratações e pagar salários estaria garantido.