Em 2020, Grupo Globo rompeu o contrato de exclusividade de transmissão após suposta violação por parte de clube rubro-negro
Por: Ronaldo Faria
Em 2020, os campeonatos de futebol estavam paralisados por causa do aumento dos casos de COVID/19 no país e as receitas dos clubes despencaram. Em maio, Bolsonaro recebeu a visita dos presidentes de Flamengo e Vasco e em 18 de junho, foi editada a Medida Provisória 984, que garantia ao mandante da partida os direitos de transmissão.
Coincidentemente, o Campeonato Carioca retornou também no dia 18 de junho. Na data de 01 de julho, mesmo com contrato de exclusividade de transmissão da partida em vigência, garantindo os direitos da Rede Globo, o Flamengo optou em transmitir a partida contra o Boavista pelo canal de TV do clube no Youtube, baseando-se na citada MP. No dia seguinte, a Globo anunciou a rescisão de contrato do Campeonato Carioca, argumentando que este tinha sido violado com a decisão do clube da Gávea.
Em 2022, há quase dois anos do rompimento do contrato, o que se vê é a queda de receita da maioria dos clubes do Estado. Soma-se a isto as limitações de público ocorridas nas últimas disputas e o que se vê é um Campeonato Carioca enfraquecido e com a exposição significativamente diminuída.
Não apenas os clubes sofreram com o rompimento do contrato de exclusividade junto ao grupo Globo. A Federação Estadual do Rio de Janeiro – FERJ teve queda abrupta das suas receitas. De acordo com o UOL, a receita operacional bruta da Federação caiu de R$ 31 milhões, em 2019, para R$ 13 milhões em 2021.
A FERJ era parte do contrato com a Globo e recebia 10% do valor total pago anualmente pelos direitos de transmissão. Além disso, a Federação também era beneficiária de 10% da bilheteria dos jogos do Cariocão realizados fora do Estado e 5% em partidas realizadas no Rio de Janeiro.
Como consequência, a entidade apresentou problemas com fluxo de caixa, atrasando salários dos empregados. Com a corda no pescoço, a Federação se viu obrigada a diminuir despesas, mas, ainda insuficientes para cobrir o rombo de R$ 1,5 milhão em 2021.