A Maracanã S/A cobrou R$ 250 mil, quase o triplo do que paga a dupla Fla-Flu
Luiz Nascimento
O Vasco já vendeu 65 mil ingressos para o jogo contra o Cruzeiro. Mas apesar da expectativa de casa cheia, o Cruzmaltino está indignado com o valor cobrado pela concessionária do Maracanã pelo aluguel do estádio. Ao invés de pagar R$ 90 mil, como vinha sendo antes, desta vez, o consórcio responsável pelo Maior do Mundo está cobrando do Vasco R$ 250 mil, além de R$ 130 mil com ressarcimento de despesas, como água e luz. As informações são dos jornalistas Marcelo Baltar e Raphael Zarko, do ge.
Esses valores incomodaram o clube, uma vez que os atuais gestores da arena, Flamengo e Fluminense, pagam R$ 90 mil pelo aluguel do Maraca. Ou seja, o Vasco acredita que deveria haver igualdade, assim como aconteceu no Campeonato Carioca: há cerca de dois meses, quando jogou contra o Flamengo pela semifinal, o Cruzmaltino pagou R$ 165 mil (R$ 90 mil do aluguel e R$ 75 mil de ressarcimento). Quando o contrato de cessão com os clubes da Gávea e das Laranjeiras foi assinado em 2019, ficou estabelecido que o clube de São Januário e o Botafogo pagariam um R$ 90 mil de aluguel para jogar.
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Um dos motivos apresentados para esse aluguel tão alto é que o consórcio não quer aumentar o número de jogos no Maracanã, uma vez que todos os jogos da dupla Fla-Flu são lá. Ou seja, a empresa responsável por gerir a arena estipulou um valor proibitivo para outros clubes.
De sua parte, o Vasco vem tentando reduzir o valor, o que é uma tarefa bem árdua. Sexta-feira passada, quando o jogo contra o Cruzeiro foi transferido para o Mário Filho, a diretoria fez uma primeira tentativa de acordo para baixar os valores, mas foi em vão. Apesar do incômodo, não há possibilidade da partida contra a Raposa ser em outro local, uma vez que os outros estádios da cidade do Rio de Janeiro não têm capacidade mínima exigida para a Série B (10 mil lugares).
Daí, o clube enviou hoje, quarta-feira, um novo documento com questionamentos e trabalha nos bastidores. O documento foi assinado pelo presidente do Vasco, Jorge Salgado e endereçado ao consórcio, aos respectivos presidentes de Flamengo e Fluminense, Rodolfo Landim e Mário Bittencourt, e ao governo do estado. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro está tentando ajudar, mas até aqui, nenhum retorno ao CRVG.
Junto ao ofício, o Vasco mandou os borderôs de seu último jogo como mandante no Maracanã, há cerca de três meses, pela semifinal do Campeonato Carioca, quando pagou R$ 90 mil pelo aluguel. Também foram enviados borderôs de jogos do Tricolor das Laranjeiras e do Rubro-Negro da Gávea. Embora os valores variem, ambos clubes pagaram os mesmos R$ 90 mil.
“Recebemos com revolta esse súbito e irrazoável aumento do custo de locação do Estádio Jornalista Mário Filho. A gente está aguardando os esclarecimentos da Maracanã S/A sobre os motivos desse reajuste de 300% e se o novo valor (R$ 250 mil) também será pago por outros clubes da capital que queiram mandar na arena. O Maracanã é do povo e a igualdade entre os quatro grandes é indispensável. Não podemos ser tratados com diferença se a principal praça esportiva do Rio foi construída com o meu, o seu, o nosso dinheiro e é propriedade de todos nós”, disse o primeiro vice-presidente geral do Vasco e ex-secretário municipal de transportes, Carlos Roberto Osório.
Carga de ingressos
Outro ponto que é bastante questionado pela diretoria vascaína é a capacidade máxima determinada para o jogo. A concessionária passou ao clube, com respaldo da PM, a informação de que a venda de ingressos no entorno do setor visitante foi proibida, o que reduziu a carga de entradas para 65 mil. O Vasco havia solicitado 70 mil ingressos. Foi enviado um pedido para reconsideração do Maracanã. O Cruzeiro também pede um aumento na sua carga, já que todos os 4 mil ingressos disponibilizados se esgotaram.