Clubes íntimos da lei da SAF se encontram neste domingo
Luiz Nascimento
O Club de Regatas Vasco da Gama e o Cruzeiro Esporte Clube se encontraram pela primeira vez há quase 100 anos, quando o time mineiro ainda se chamava Societá Sportiva Palestra Itália. Mas neste domingo, os dois clubes entram em campo dentro de uma nova era: a da SAF. Em níveis diferentes, ambos os clubes são destaques na atual Série B, com estilos de gestão muito diferentes. E neste cenário, o Bacalhau e a Raposa se enfrentam neste domingo, pela 12ª rodada da Série B.
O Vasco criou a sua SAF, mas ainda não concluiu a venda para os americanos da 777 Partners, que comprou 70% do futebol cruzmaltino. Os representantes do fundo vieram até à Cidade Maravilhosa há cerca de 10 dias e após se encontrarem com a diretoria, foram entregues vários documentos referentes à oferta vinculante, que deve ser concluída até a semana que vem.
Com a proposta na mesa, o Vasco começará o processo de aprovação da compra pela 777. Os contratos serão submetidos à análise dos Conselhos Deliberativo e de Beneméritos para que as respectivas comissões emitam seus pareceres em até dez dias. Só depois, é que a proposta será submetida à duas votações: no Conselho Deliberativo e em Assembleia Geral Extraordinária.
O acordo entre Vasco e 777 foi assinado no dia 21/2. Na ocasião, o documento assinado pelo presidente Jorge Salgado em Miami, nos Estados Unidos, previa um pagamento de R$ 700 milhões por 70% da Vasco SAF, em um acordo não-vinculante. Além disso, houve um investimento de R$ 70 milhões via empréstimo-ponte, para equalizar as finanças vascaínas até a compra definitiva.
Curiosamente, os americanos quase compraram o Cruzeiro, porém a oferta foi recusada pela Raposa e pela XP Investimentos, que cuidava da parte da SAF. A promessa seria investir R$ 250 milhões para contratação de atletas e pagamento de dívidas de curto prazo e mais R$ 200 milhões para reduzir a dívida da associação. Tal como no Vasco, a 777 iria assumir 70% do clube celeste.
Ronaldo Nazário e Cruzeiro
O investimento e o vínculo da 777 Partners seriam diferentes do que Ronaldo Nazário fez no Cruzeiro. O Fenômeno comprou 90% da SAF por R$ 400 milhões no apagar das luzes do ano passado, sendo que R$ 50 milhões foram para um investimento inicial e o restante nos próximos anos. A aquisição foi concluída em abril. Desde então, Ronaldo tomou decisões polêmicas e que desagradaram os torcedores, como as não renovações dos contratos do técnico Vanderlei Luxemburgo e do goleiro Fábio, hoje no Fluminense.
Ronaldo Fenômeno enxugou o orçamento da Raposa em quase dois terços (de R$ 90 milhões para R$ 35 milhões) e a máquina do departamento de futebol, reduzindo o quadro de funcionários e trazendo seus profissionais de confiança para a Toca da Raposa. Como resultados, a China Azul viu seu número de sócios aumentar quase seis vezes e agora, o time é líder da atual Série B.