Com São Januário sempre lotado, Cruzmaltino entra em campo nesta sexta-feira (24), com promessa de casa cheia novamente
Luiz Nascimento
Por mais que a torcida ame São Januário, a Colina Histórica está pequena demais para a apaixonada massa vascaína. Os adeptos estão mais eufóricos com a boa fase na Série B e nesta sexta-feira, irão mais uma vez empurrar o Vasco contra o Operário Ferroviário, às 19h, com promessa de casa cheia. Tanto é que há promessa de recorde de público do Cruzmaltino nesta Série B.
Porém, o que deveria ser motivo de comemoração, virou preocupação. Por causa da enorme demanda de torcedores, que não para de crescer, a direção transferiu o jogo contra o Cruzeiro, 12 dias atrás, para o Maracanã, a duras penas. Mais de 65 mil pessoas compareceram ao Mário Filho e viram o Vasco bater a Raposa por 1×0. O clube queria repetir a dose no próximo dia 3, contra o Sport, mas viu a empresa que gere o Maior do Mundo recusar o pedido do Vasco mais de uma vez.
Curiosamente, dentre os torcedores que vão para São Januário, a esmagadora maioria é sócia. Só para o duelo contra o Fantasma, da carga de 22 mil ingressos disponibilizados, 90% foi vendida para associados. É consenso que em breve, todas as entradas disponibilizadas serão vendidas apenas para sócios. Tanto é que já tem sócio com melhores condições financeiras trocando de plano para ter prioridade na venda de ingressos ou até mesmo entrar de graça (benefício válido para os planos Caldeirão Mais e Colina Mais, os mais caros do programa de sócio-torcedor do clube, o Sócio Gigante).
Isso tudo acaba gerando a necessidade do Vasco mudar alguns jogos de grande apelo para o Maraca, porém, os entraves acabam dificultando os planos.
Só no jogo contra o Cruzeiro (que no Maracanã deu ao Vasco um lucro três vezes maior que nas partidas em São Januário), o clube teve que pagar um aluguel quase três vezes maior que o acordado (R$ 90 mil), além de pagar outros R$ 130 mil de despesas como água e luz. Sem contar que a diretoria foi proibida de exibir as faixas “Desde 1898 o legítimo clube do povo” e “Igualdade, respeito e inclusão”, além de ficar sem o lucro dos bares da arena.
O principal motivo apresentado pelo consórcio para vetar Vasco x Sport foi preservar o gramado, já que um dia antes, o Fluminense, um dos co-gestores da praça esportiva, iria jogar contra o Corinthians. Além disso, outros motivos apresentados foram o tempo de solicitação do aluguel e o número de jogos para julho, justificativas contestadas pelo clube de São Januário, que até fez um pedido de reconsideração ao Consórcio, mas foi negado.
Em outra frente, a torcida vem se manifestando. Além das organizadas, um advogado e torcedor do Vasco entrou com uma reclamação no Ministério Público. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, que é o responsável por ceder o Maracanã, também notificou a empresa responsável por administrar a arena por causa dos preços inflacionados de aluguel para Vasco x Cruzeiro.
Vasco e Operário se enfrentam daqui a pouco, às 19h (horário de Brasília), pela décima quarta rodada da Série B. Se vencer, o Cruzmaltino diminui a distância para o líder Cruzeiro, que atualmente é de quatro pontos, para apenas um.