Seleção Brasileira e lesões fazem parte da vida de Lorran
Por: Saint’ Clair Silva
Em um pequeno clube da Albânia, a 150 quilômetros da capital do país, um cria da base vascaína tenta retomar a carreira muito prejudicada pelas lesões. Lorran, ex-jogador do Vasco e da Seleção Brasileira sub-20, entende que é o tempo de uma reviravolta: “Tenho que aproveitar essa oportunidade como se fosse a última para buscar algo na carreira e retomar”.
O lateral-esquerdo era uma das grandes promessas da década de 2010, e chegou a ter oportunidades no profissional. Em 2014, fez sua estreia no time principal e, no ano seguinte, teve sua primeira chance na Seleção, onde foi convocado para jogar o Sul-Americano. Apesar do sucesso repentino, Lorran sofreu com lesões que o deixaram fora dos gramados. A pior delas, em 2016, o fez parar por nove meses.
Hoje, com 26 anos, o jogador tenta retomar a carreira no Bylis, aonde chegou em 2021, depois de passar pelo futebol do Chipre e alguns clubes menores no Brasil. Sua chegada, no entanto, não impediu o rebaixamento do clube.
Agora, tanto o Bylis quanto Lorran, tentam se reerguer. Atuando como segundo volante, o jogador conseguiu uma boa sequência de jogos, levando o clube ao título da segundona e o acesso à primeira divisão. A boa fase também trouxe a renovação do contrato, e o brasileiro continuará na equipe na próxima temporada.
– Já estou com uma sequência boa de jogos, uma minutagem boa. Acho que foi uma das melhores temporadas da minha vida. O time briga sempre ali no meio da tabela, do meio para baixo, mas a estrutura é boa, tem tudo organizado – contou Lorran ao ge.
Atuando na segunda divisão albanesa, Lorran enfrentou um dos temores brasileiros: o frio.
– Eu tinha dia em que ia tremendo de frio para o treino – disse o jogador.
Além do frio no clima, a atmosfera do estádio também é bem mais gelada do que o normal. Diferentemente do Brasil, os estádios albaneses não costumam lotar tanto.
– Aqui tem algumas torcidas grandes, como do Partizani e do Tirana, mas só dá público na tribuna. Só fica aquele montinho de gente, não é igual no Brasil. – e continuou, dizendo:
– É muita diferença. Eu chegava em São Januário, aquele caldeirão lotado. Agora chego no jogo e não tem quase ninguém. Mas tem que se acostumar, né? É o que temos no momento. Tenho que aproveitar essa oportunidade como se fosse a última para buscar algo na carreira e retomar.
Apesar das tensões que envolvem a geopolítica da Albânia, Lorran tem ficado alheio aos acontecimentos, muito por conta da cidade isolada em que vive.
– A cidade não tem nada, é como se fosse no interior, meio isolado. Sempre que tem folga vamos para a praia ou para a capital – disse Lorran.
Apesar disso, consegue perceber alguns resquícios das antigas tensões
– Nosso treinador é da Macedônia, mas fala albanês. O goleiro era da Macedônia, mas fala albanês também. Kosovo é aqui perto também. Não sei o porquê de todas as tensões, mas são países muito próximos.
O estilo albanês de jogar futebol foi um dos primeiros impactos percebidos por Lorran, contudo, o jogador se diz adaptado ao novo estilo.
– O futebol é mais corrido, menos técnico do que a gente está acostumado, mas muito tático e forte fisicamente. Agora estou me adaptando legal. Gosto muito de lá, me adaptei ao estilo de jogo e quero fazer bem essa temporada para buscar uma situação melhor. – disse o jogador, ao GE.