No ano de 2012, no Campeonato Paulista, um jogador surgiu em destaque na mídia, Hernane Brocador, jogador que teria ficado logo atrás do Neymar com seus 16 gols, fazendo o verdadeiro divisor de águas na carreira do centroavante. E um “boato” mudou sua trajetória.
Após seu destaque na competição, logo, foi contratado pelo Flamengo, e posteriormente virando um ídolo da torcida rubro negra depois de conquistar e virar protagonista na Copa do Brasil em 2013, no entanto, por pouco isso tudo não teria acontecido.
No Campeonato que teria colocado o centroavante em evidência, ele não teria tido vontade e estaria desmotivado para atuar na competição, mas, após seu empresário garantir que o caminho dele seria de sucesso, ele cedeu, e dito e feito. O jogador ficou em visibilidade.
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“Aceitei o desafio, e brinquei: ‘Vou ser artilheiro e você arrumar um time para mim’. Ele respondeu: ‘Se você for artilheiro, você mesmo vai se empregar. Se você for bem, os times virão atrás de você’. Com seis jogos eu já tinha sete gols. Quando fiz um gol no Corinthians – mesmo quando estávamos com um jogador a menos – foi onde tudo começou”.
Hernane fez 16 gols no Estadual e terminou como vice-artilheiro, atrás apenas de Neymar, do Santos, com 20.
“Tive algumas sondagens, mas a que foi mais concreta foi a do Vasco, por incrível que pareça. Eles tinham consultado, mas não deu certo. Fiquei em casa mais uns 12 dias e surgiu o Flamengo”.
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O brocador afirma que um boato teria atrapalhado sua negociação com o Vasco, “Creio que foi uma informação errada. Passaram ao Vasco que eu não era bom de grupo, não sei quem passou. Disseram que tinha problemas, por isso não deu sequência. Foi a mão de Deus porque tinha que ser no Flamengo”.
A chegada ao clube rubro-negro desagradou uma parte da família de Hernane, que torce para o Vasco, mas agradou o lado flamenguista.
“A minha cidade em peso torcia pela gente e parava para ver os jogos. Um dia, estava no Mogi jogando o Paulista e logo depois fui ao Flamengo. Via Léo Moura, Renato Abreu e logo estava lá com eles. Fiquei muito feliz e fui muito bem acolhido, o Léo foi o cara que mais me acolheu. Antes dos jogos, ele falava: ‘Vai ali que vou cruzar’. Os cruzamentos dele eram com a ‘mão’, só precisava me posicionar para fazer os gols”.
“Graças a Deus não chegou ninguém”
Logo que chegou à Gávea, Hernane não teve muitas chances porque a concorrência no ataque era muito grande. No ano seguinte, porém, com a saída de algumas estrelas do time, como Vagner Love, ele se firmou como titular.
“Foram seis meses difíceis porque peguei a gestão do Flamengo que atrasava salários. Tive que esperar porque só fiz três gols em 2012. Um deles contra o Figueirense foi muito importante porque livrou de vez do perigo de rebaixamento. Sabia que tinha que esperar porque tinha muita concorrência e havia chegado depois. Continuei trabalhando porque teria outra oportunidade”.
“Na minha estreia o ‘Papai’ Joel me chamou: ‘Vai lá meu filho, sua oportunidade está dada’. Eram 15 minutos, mas fui feliz e fiz um gol. No ano seguinte eu estava muito mais confiante e sabia que poderia dar certo. Graças a Deus não chegou ninguém e outros jogadores saíram. Era a minha hora. Tinha o Carioca para renovar e fui artilheiro com 12 gols”.
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Após o Estadual, ele foi peça importante no título da Copa do Brasil de 2013. Mesmo tendo feito enorme sucesso, com 36 gols, Hernane conta como evitou as tentações da fama e da noite no Rio de Janeiro mesmo sendo o maior ídolo do Flamengo naquele momento.
“Sabia que o que queria e muitos queriam uma chance dessas e desperdiçar por falta de base familiar. Eu recebei uma boa educação desde pequeno e era bem focado. Pensava que não iria deixar cair quando chegasse a hora em um time grande. Sabia que as noites e baladas são passageiras, você aproveita o momento, mas depois se arrepende. Fui muito focado no Flamengo porque poderia ter sido a última chance”, disse.
“Eu fui feliz de fazer muito no Flamengo! As coisas aconteceram de forma muito além do que imaginava”, finalizou.
Hernane permaneceu no clube da Gávea até 2014, quando se transferiu para o futebol árabe. Posteriormente a isso, o jogador rodou por várias equipes até permanecer no Brasiliense atualmente.
Por Fábia Anselmo