O argentino Luca Orellano fez 23 anos na semana passada, mas ainda não demonstrou o motivo de ter sido o jogador mais caro que o Vasco contratou. O ponta teve um começo de temporada muito atrapalhado por lesões e não começou nenhum jogo como titular até agora. São 88 minutos disputados em cinco partidas, todas entrando no segundo tempo.
Mesmo com pouco tempo de jogo, Orellano foi um dos responsáveis pela eliminação do Vasco na Copa do Brasil, desperdiçando sua cobrança, que acabou classificando o ABC para a terceira fase da competição. Para o diretor técnico Abel Braga, o argentino não costuma bater penalidades.
Por outro lado, tanto o pai do argentino, Beto Orellano, quanto um de seus ex-treinadores, Roberto Torrilla são unânimes quanto a um outro aspecto importante: a dificuldade de se comunicar e a enorme timidez. O pai assume que essa é uma característica de família: “Nós, os Orellanos, basicamente somos assim. Todos somos de poucas palavras (risos)”, disse Beto ao ge.
Já Torrilla foi uma das pessoas que não acreditava que o pequeno Luquita, que chegou ao Vélez aos 9 anos, virasse um futebolista. O treinador, que esteve com Orellano em três categorias diferentes, relembrou como era o atleta. “Orellano sempre se destacou pela humildade, por ser reservado, muito calado, humilde, respeitoso. Lembro que o complicado era que ele era um garoto que não falava, dificilmente se expressava, como se fosse indefeso.”
Além desse perfil calado, Luca ainda cresceu ouvindo que pra se destacar, teria que ganhar mais corpo. Para se ter uma ideia, anos atrás, o ponta, que mete 1,78m, era 18 centímetros mais baixo. O divisor de águas foi a venda da então grande promessa do Vélez Benjamín Garré, em 2016, ao Manchester City. Só a partir daí, o atacante percebeu que as atenções estavam voltadas à ele. Para Torrilla, a habilidade com os pés venceu a timidez.
“Como garoto, ele era a representação do que é hoje: liso, hábil, rápido, ganhador no 1 x 1. Com essa falta de comunicação e de expressão que tinha devido ao seu perfil humilde… os seus pés falaram por ele.”
Pelo Vélez, Orellano fez 116 jogos e após a venda de Thiago Almada para o Atlanta United, da MLS, passou a ser a maior joia de El Fortín. Para Torrilla, tudo que Luca conseguiu foi só com sua habilidade com a bola no pé.
“Luquita é futebol puro. E tudo que ele tem, ele conseguiu com os pés, não tenho dúvida disso. Só o que desejo é que ele, independente do clube e da camisa que defenda, que jogue com alegria, com frescura e que desfrute do jogo. Que desfrute do que mais sabe fazer, que é jogar futebol.”
O próximo jogo do Vasco será contra o Atlético-MG, em 15 de abril, pela primeira rodada da Série A.
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Por Luiz Nascimento