Pedro Raul é o artilheiro do Vasco na temporada, anotando 7 gols e 3 assistências até o momento. O jogador é uma das principais peças de Maurício Barbieri e vem sendo muito importante para o esquema de jogo do Vasco, saindo para receber a bola fora da área, se movimentando, abrindo espaço para os companheiros e demonstrando muita vontade em campo, apesar das críticas que vem sofrendo da torcida nos últimos jogos.
O artilheiro concedeu uma entrevista para o GE na semana passada e abordou várias questões interessantes sobre seu ano no Vasco da Gama. Um assunto que não poderia faltar, claro, é sobre as críticas sofridas pelo atacante, que acumula chances de gol perdidas no ano, entre elas o pênalti contra o ABC, que poderia dar a classificação para o Cruzmaltino na Copa do Brasil. Pedro Raul se defendeu e diz que pode entregar muito mais:
– Acho que eu fiquei muito marcado pelo lance do pênalti, sabe? Mas, se for analisar, vejo que tenho bons números. Eu sou um cara meio perfeccionista, procuro estar sempre me cobrando. Sei que não sou perfeito, mas vou sempre me cobrar para ter um nível de aproveitamento a nível do que eu posso entregar. Eu sei o que eu posso entregar e o que eu já entreguei. Então essa é a minha cobrança, eu me martelo para poder entregar o que eu sei que posso.
Pedro Raul disse saber da responsabilidade de estar vestindo a camisa do Vasco. Comprado junto ao Kashiwa Reysol por cerca de 10 milhões de reais, o atacante chegou ao clube como protagonista e valoriza a pressão em cima de si:
– Eu sempre fui um cara pé no chão. Sei que a pressão é muito forte, é muito digna do tamanho que é o clube. Pode parecer estranho, mas vejo com naturalidade. Porque, ao mesmo tempo que eles vão te apoiar ao máximo, eles vão te cobrar ao máximo. Isso para o atleta é muito bom. É uma linha muito tênue, então tem que achar o equilíbrio. Tu não é o melhor no acerto e nem o pior no erro, sabe? Eu vejo muito por esse caminho e tento me ater a isso para ter um equilíbrio mental ao viver essas situações. O atleta está exposto a isso, né.
Um tópico que não poderia faltar na entrevista é a eliminação precoce da equipe na Copa do Brasil para o ABC. O atacante teve o pênalti decisivo para garantir a vaga na próxima fase da competição, mas acabou isolando e ocasionando na vitória da equipe adversária. Pedro Raul foi hostilizado pela torcida após perder o pênalti decisivo e se referiu à noite daquela partida como “muito chata”:
– É uma situação muito chata, que nenhum atleta quer. A gente fica se perguntando o que aconteceu ali para errar, porque é uma coisa que eu, por mais que tivesse errado outros pênaltis, sempre fiz e fiz bem. Fiquei me perguntando durante aquela noite o que poderia ter acontecido. Mas tem coisa que é do jogo. A gente está exposto a isso, acho que nenhum ser humano é perfeito. Todo mundo erra. Mas o principal, para mim, acho que foi a virada de chave.Fiquei me martelando, com aquilo na cabeça toda hora. Mas eu sabia que tinha uma decisão contra o Flamengo no domingo. Então, o choro podia durar uma noite só, no dia seguinte já tinha que virar a chave. Tive que construir esse pensamento, essa fortaleza, para sair desse abatimento. Fiquei muito triste, era a nossa chance de classificar, mas infelizmente aconteceu. Tenho que trabalhar e olhar para a frente. Vai ter muita coisa boa ainda durante o ano.
Sobre as críticas da torcida, Pedro Raul diz entender mas frisa que, tanto quanto a torcida, ele também sentiu muito aquela noite.
– A frustração deles eu super entendi, mas a minha era tamanha a deles, sabe? Tanto é que eu fico no vestiário umas duas horas, com a roupa de jogo mesmo, cabeça baixa. Não estava conseguindo processar o que tinha acontecido, estava muito abalado. Mas depois fui para o banho, vim para casa, tentei acalmar, entender as coisas mais naturalmente, tentar entender o que tinha acontecido. Sabia que a dor ia ser aquela noite só, depois tinha que superar porque tinha que estar bem e pronto para poder ajudar a equipe na decisão contra o Flamengo. Foi difícil, foi duro, mas é a cobrança do Vasco. Sei que eu magoei eles, mas estou trabalhando muito forte para poder repetir o meu ano passado para ajudar muito o Vasco. Vou voltar a dar alegria.
Para finalizar a entrevista, Pedro Raul falou sobre suas expectativas para o Campeonato Brasileiro. Com os pés no chão, atacante admite que objetivo é fazer um Brasileirão sem sustos, mas vê intensidade no time e chances de brigar por coisas grandes na competição:
– Eu vejo que o nosso foco primário é fazer um ano tranquilo, um ano sem sustos. Se a gente conseguir alcançar o nível que cada atleta pode entregar, com certeza vamos brigar por grandes coisas na competição. Mas prefiro ter o pé no chão, entender que o processo é demorado, é difícil. Brasileiro é um campeonato muito difícil, em que as coisas mudam muito rápido. Temos que ter esse entendimento de grupo, é um campeonato que vai demandar muita viagem, muita variação de estilo de jogos. Vejo nosso time muito intenso, sabe? Tanto na questão defensiva quanto ofensiva. Isso é um pedido do Maurício também, de fazer uma pressão rápida na bola quando perde. Eu acredito muito nessa ideia também de que, quanto mais longe a bola está do seu gol, mais difícil fica para o seu adversário.
+ Vasco marca novo jogo-treino; confira adversário, data e transmissão
+ Siga as redes sociais do Papo na Colina: Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e Google News