2020 é o ano que o Vasco da Gama mais utiliza jogadores da base, batendo o recorde de 95, em que o Clube utilizou 17. Esta política de utilização de jogadores da base é importante para a recuperação do Cruzmaltino por alguns motivos: diminuição da folha salarial do clube, menor necessidade de contratação de atletas que não dão garantias de retorno – Marquinho, Clayton, Yan Sasse são exemplos deste tipo de atleta – e oneram a folha salarial agregando pouco valor, maior possibilidade de vendas de atletas, o que permitirá o clube pagar dívidas e salários atrasados e maior valorização dos atletas formados no clube, já que a minutagem em campo pelos profissionais é algo que conta numa venda para o exterior.
Um exemplo disso é Talles Magno, cuja utilização no profissional rendeu ao Vasco retorno técnico maior que outros atletas de custo muito mais elevado e, aos 17 anos, já vê seu nome especulado nos maiores clubes da Europa, com negociações especuladas em mais de 20 milhões de euros.
É importante destacar que o Gigante da Colina vem investindo cada vez mais na base e em estrutura para os atletas. Recentemente separou a verba do sócio torcedor categoria De Norte A Sul, para torcedores de fora do Rio de Janeiro, para investimentos na base.
Os atletas receberão melhorias em estrutura quando passarem a treinar no novo CT de Jacarepaguá, que abrigará atletas que já estão mais próximos de idade profissional e o clube também planeja melhorar a estrutura do CT de Duque de Caxias, que receberá atletas de categorias menores e também futebol feminino.
O Athletico é um exemplo a ser seguido para o clube retomar seu caminho de vitórias. O clube utiliza o campeonato paranaense para testar jogadores captados em clubes menores e jogadores formados no próprio clube. Neste processo, o clube revelou recentemente Bruno Guimarães e Renan Lodi, atletas convocados para seleção brasileira e vendidos para Lyon e Atlético de Madri, respectivamente.
De 2018 até hoje, o clube recebeu R$ 267 milhões com as vendas de Pablo, Bruno Guimarães, Renan Lodi, Rony e Léo Pereira. Este valor é ainda maior considerando outras vendas por valores menores. Além disso, tendo uma folha salarial perto da folha do Vasco em 2019, o clube foi campeão da Copa do Brasil. Somente em 2019, o clube teve receita total de R$ 378,8 milhões, sendo R$ 133 milhões com vendas de atletas e R$ 84,8 milhões com premiações por títulos e participação na Copa Libertadores da América. O clube teve um superávit de R$ 63,4 milhões.
Especialistas em gestão do futebol, como a consultoria Pluri, apontam a captação, utilização, valorização e venda de jovens atletas como o principal caminho para a recuperação financeira do clube.
No momento em que o Vasco sente dificuldade para pagar salários, a diminuição da folha e a venda de ativos é o que fará o clube atravessar a crise financeira gerada por anos de má gestão e gastos em excessos que comprometiam rendas futuras, assim como a crise causada pela pandemia de Covid-19.
Por: Rick de Castro