Um livro didático usado nas escolas públicas do Rio de Janeiro gerou revolta na torcida vascaína nas redes sociais por apresentar o Flamengo como pioneiro na luta contra o racismo no futebol nos anos 1930. A informação é incorreta, pois a participação de negros no futebol no Brasil ocorreu nas primeiras décadas do século XX em clubes como Bangu, Vasco e Ponte Preta. O livro, intitulado “Encontros História 3”, foi publicado em 2017 pela editora FTD Educação e avaliado pelo MEC, mas não foi selecionado para o PNLD 2023. O texto aborda a proibição de jogadores negros nos times de brancos e em campeonatos oficiais.
Na sequência, o texto afirma que o Flamengo formou um time imbatível com craques negros (Leônidas da Silva e Domingos da Guia( nos anos 1930, o que foi uma grande novidade e sucesso. Porém, há uma disputa entre Vasco, Bangu e Ponte Preta pelo pioneirismo na inclusão de jogadores negros no futebol. Documentos apresentam Miguel do Carmo como o primeiro jogador negro a atuar em 1904 pela Ponte Preta, enquanto o Bangu afirma ter aceitado Francisco Carregal em 1905. O Vasco chocou a sociedade carioca nos anos 1920 ao vencer com um time formado por muitos jogadores negros e mulatos, contribuindo para a inclusão desses atletas que não pertenciam à elite.
O Vasco exibe com orgulho a réplica do manifesto chamado “Resposta Histórica”, assinado pelo então presidente José Augusto Prestes em 7 de abril de 1924, em que o clube se recusou a disputar o Estadual sem jogadores negros. Há ainda outro detalhe: Domingos da Guia, que consta no livro como um dos primeiros jogadores negros num time de futebol, iniciou a carreira no Bangu e teve passagens pelo Vasco antes de ser contratado pelo Flamengo. A editora afirmou que irá revisar o conteúdo do livro após as críticas recebidas.
A editora FDA Educação emitiu uma nota dizendo que irá rever o conteúdo de sua obra “Encontros História 3”, após receber notificações sobre a abordagem da contribuição do negro para o futebol e a sociedade brasileira. A Secretaria Municipal de Educação confirmou que o livro faz parte do catálogo do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e é adotado por professores e escolas, juntamente com outros recursos didáticos, para trabalhar com as turmas de 3º ano. A SME acrescentou que possui material próprio para a rede de escolas, produzido por seus professores.
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