Na primeira janela de transferências sob o comando da 777 Partners, o Vasco da Gama fez muitos investimentos e gastou mais de 100 milhões em contratações, em atletas como Pedro Raul, Luca Orellano, Pumita Rodríguez, entre outros, Entretanto, o que pode ser observado no momento é o Vasco deixando de honrar seus compromissos com os clubes e devendo parcelas relativas às compras desses atletas. Isso liga o alerta no torcedor, que se preocupa com um possível transferban que impediria o clube de registrar novos reforços.
O Nacional-URU e Atlético de Tucumán, por exemplo, foram até a FIFA e notificaram o Cruzmaltino para realizar o pagamento dessas parcelas, que estão atrasadas. No início deste mês, a revista norueguesa Josimar Football publicou reportagens com críticas à sustentabilidade do modelo de negócios da 777, o que aumentou a apreensão dos torcedores.
Muitos torcedores esperavam que o dinheiro do aporte da 777 Partners fosse integralmente utilizado para a chegada de reforços, mas não é assim a realidade do clube. Muito desse dinheiro aportado foi utilizado para pagar dívidas que sufocavam o funcionamento do Vasco, mantendo as contas em dias.
– Ninguém assume um time do tamanho do Vasco e se compromete a colocar centenas de milhões no negócio sem ter um plano. E cada grupo investidor tem seu estilo, prioridades, forma de executar. A lógica é arrumar a casa financeiramente para, assim, ter maior capacidade de investimento no time. A questão é que futebol é toda quarta e domingo. O torcedor quer resultados imediatos. Por isso a gestão precisa saber combinar expectativas, performance em campo e resultados financeiros — explica Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let’s Goal.
Os aportes, até o momento, acontecem conforme o contrato, e mesmo se não ocorressem, o Vasco está protegido em caso de calote. Do primeiro aporte, de R$ 120 milhões, cerca de 32% ou R$ 38,4 milhões foram empregados para pagar “custos operacionais, correntes ou atrasados”. Isto é, questões que poderiam inviabilizar o funcionamento do clube. Isso demonstra a dificuldade do momento do Cruzmaltino.
Por essas questões, o Vasco apostou em pagamentos parcelados para contratar seus atletas. O GLOBO conversou com pessoas do clube, que garantem que a situação envolvendo as cobranças está totalmente sob controle e não há risco de transferban, mesmo com as notificações recebidas na FIFA.
Enquanto mantém a operação e salários em dia, a administração trabalha no longo projeto de estabilização e sustentabilidade financeira. A expectativa é que esteja mais perto do objetivo até o fim do ano. Mas isso passa por bons resultados no futebol, que vive péssima fase, atualmente em 19° lugar no Campeonato Brasileiro.
O clube vive a expectativa de melhores dias no setor financeiro após a entrada do aporte da 777 Partners, previsto em setembro na quantia de 120 milhões de reais. Além disso, o acordo com a Serengeti e com a Life Capital Partners pelos direitos comerciais do Brasileirão pagará metade dos R$ 212 milhões em até 60 dias. Também há a expectativa da entrada do dinheiro da venda de Pedro Raul, para o Toluca, do México.
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