Ramon Diaz será o principal responsável por comandar o Vasco da Gama rumo a uma tentativa de recuperação dentro do Campeonato Brasileiro. Com apenas 9 pontos ganhos em 14 partidas disputadas, o clube faz sua pior campanha desde o início dos pontos corridos e se encontra na zona de rebaixamento, em uma situação crítica.
O treinador argentino chegou ao Vasco justamente por suas características de experiência. Ramón tem muitos anos como técnico de futebol e sabe como se portar em momentos delicados, sendo algo valioso para o Vasco da Gama no momento. É importante entender os últimos trabalhos do treinador e saber como ele pode contribuir com o Cruzmaltino.
AL HILAL: O trabalho mais recente de Ramón é no Al-Hilal, da Arábia Saudita, quando foi vice-campeão do Mundial de Clubes, inclusive eliminando o Flamengo nas semifinais da competição pelo placar de 3×2. Na ocasião, acabou sendo derrotado pelo Real Madrid. Em sua jornada no futebol saudita, foi 2x campeão nacional e 1x campeão da Copa Saudita, além de chegar em duas finais da Liga dos Campeões Asiática, mas perder ambas.
– Ramón Diaz é um dos melhores treinadores estrangeiros da história do Al-Hilal. Ele só precisava da Liga dos Campeões da Ásia para ser o maior. O que o distingue é a proximidade com os jogadores. Às vezes é criticado por ter algum descontrole no vestiário e na parte física, mas é um técnico competente e escreveu uma grande história na Arábia Saudita – explicou Ahmed Ragab, jornalista que cobre o futebol saudita.
Mesmo com problemas relacionados a lesões e com um transferban sofrido pelo Al-Hilal que impossibilitou contratações para a equipe, Ramón Diaz conseguiu performar junto com a equipe e ter um bom desempenho em campo, montando um time ofensivo e competitivo, que brigou por títulos na temporada.
– A forma de jogar era com um atacante, que era o Ighalo, e atrás dele Marega, na ala direita, e Salem Al-Dawsarina, na ala esquerda. Às vezes Michael atuava como ponta-direita e jogou muito bem durante o período que o treinador esteve lá. O esquema que ele jogava era o 4-2-3-1 – concluiu Ahmed.
RIVER PLATE: Antes de se aventurar no futebol árabe, Ramín fez história na argentina, seu país natal, e se tornou um dos treinadores mais respeitados da América do Sul. Com o River Plate, foi seis vezes campeão argentino, além de ter conquistado a Libertadores e a Supercopa. Também conquistou um título nacional com o San Lorenzo.
– Díaz é um dos treinadores mais emblemáticos do futebol argentino nos últimos 30 anos. Seu nome na época (final da década de 1990) soava forte como possível candidato a dirigir a seleção argentina, embora nunca tenha sido escolhido. Respeitado e admirado pelos torcedores do River pelas suas conquistas e forma de jogar – comentou o jornalista argentino Nicolás Distasio.
Inclusive, um fato curioso para os vascaínos: no gol mais importante da história do Cruzmaltino, quando Juninho acertou uma espetacular cobrança de falta na semifinal da Libertadores contra o River Plate, Ramón Diaz era o técnico adversário. Com contrato até 2024, ele terá 24 rodadas para impor o seu DNA e mudar a cara da equipe.
– As equipes de Ramón Díaz são ofensivas. Gostam do jogo de ataque, equipes ágeis, velocidade no ritmo de jogo e precisão na movimentação da bola. Pode ter diferentes sistemas de jogo preparados, embora seu favorito na Argentina tenha sido o 4-3-1-2 e também usou o 3-4-1-2 com sucesso. Tem preferência por atacar pelas laterais e ter sempre uma referência dentro da área do adversário. A opção por esse 9 não precisa ser necessariamente um jogador parado dentro da área, mas um que saiba jogar dentro dela e estar entre os zagueiros rivais. – explicou Nicolás.
PARAGUAI: Outra passagem importante na carreira de Ramón Diaz foi quando o treinador se aventurou no futebol paraguaio, tanto na seleção nacional (2014 a 2016) quanto no Libertad (2020). Entretanto, não foi unanimidade em nenhuma das duas ocasiões.
No Libertad, o treinador argentino enfrentou os problemas relacionados a pandemia da Covid-19, ficando apenas 9 meses no cargo. Após esse trabalho, foi anunciado pelo Botafogo, também para salvar a equipe do rebaixamento, mas por motivos de saúde não pôde concluir o seu trabalho e saiu sem nem mesmo estrear pelo Alvinegro.
Na seleção paraguaia, o treinador assumiu o cargo em 2014 com a missão de garantir a vaga para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Entretanto, pediu demissão após ser eliminado ainda na fase de grupos da Copa América de 2016.
– (A passagem) aqui foi muito ruim. Gerenciou um grande plantel do Libertad, um dos melhores dos últimos anos. Jogava em um 4-4-2 ou 4-4-1-1. Apostava em dois volantes centrais fixos e dois extremos. Foi um pouco melhor na seleção, mas também não deixou muito futebolisticamente. Muitos aqui no Paraguai acreditavam que chegaríamos à Copa do Mundo de 2018 com ele se não tivesse pedido demissão. Seu trabalho era baseado mais na motivação do que em qualquer outra coisa. – analisou o jornalista paraguaio Fede Villalba.
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