Por: Lucas Rodrigues
Devido à pandemia, a ratificação do novo estatuto pela assembleia geral pode não acontecer a tempo para as eleições deste ano.
A crise do novo coronavírus pode atrapalhar o Vasco naquilo que sua torcida mais espera para o fim do ano: eleições diretas para a diretoria administrativa para o triênio 2021-23.
Para que a nova fórmula seja implementada, é necessário ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), com a presença de todos os sócios. Uma aglomeração que não é cogitada, nem recomendada no momento pelas autoridades. Esta votação precisa acontecer até o fim de julho, pois no início de agosto é formada a junta eleitoral, de acordo com o estatuto vigente. Com isso, a própria eleição, direta ou não, corre o risco de não acontecer.
“No momento, a incerteza é total. E há uma grande expectativa pelas eleições diretas”, disse Luis Manoel Fernandes, membro do comitê da reforma do estatuto.
O Blog da Gabriela Moreira também perguntou ao membro do comitê da reforma do estatuto: O que seria mais importante para o clube, eleições este ano ou que as mesmas fossem diretas, mesmo que no começo do ano que vem?
“Não ter eleições diretas seria uma grande frustração para os sócios e para os torcedores, mas ainda é precipitado projetar um cenário”, avalia.
Faués Jassus, presidente da AGE e conhecido como Mussa, afirmou ao blog que trabalha para que os sócios sejam consultados de forma “limpa e transparente”.
– Como presidente da Assembleia Geral, farei o que estiver ao meu alcance para que a consulta ao sócio – sobre as diretas e o estatuto – e a eleição aconteçam de forma limpa e transparente. O vascaíno não aguenta a judicialização das eleições.
Atualmente, dois procedimentos conduzem a aprovação da eleição direta. O primeiro, com a apreciação da reforma do estatuto, já aprovada no Conselho Deliberativo. O segundo se trata da “Nova Resposta Histórica”, um pedido feito por um quinto dos sócios, por meio de abaixo-assinado, e que se encontra em análise. A AGE tem que fazer a análise dos nomes de todos os sócios (Aproximadamente 1.100 sócios estatutários) que assinaram o documento para que o mesmo entre em votação. A análise leva tempo e organização do clube.
Antes da votação da reforma possa ser feita, também é necessário que os sócios possam ler o texto do novo estatuto. Ainda não há previsão para que o mesmo seja feito.
Segundo Mussa, a checagem das assinaturas não deve ser um processo trabalhoso.
– O Vasco da Gama é um clube que nasceu do povo e possui uma história onde sua torcida e seus sócios sempre o ajudaram quando ele precisou. Foi assim na construção de São Januário e, mais recentemente, na maior associação em massa de sócio-torcedor do Brasil – um dos dez maiores do mundo. Isso mostra a grandeza do vascaíno. O abaixo-assinado da Nova Resposta Histórica é um desses movimentos e cabe ao Presidente da Assembleia Geral do Vasco ser o porta voz dos sócios. Logo, é meu papel acatar o pedido do sócio que se mobilizou, de acordo com o Estatuto. A validação das assinaturas passa pelo problema da lista de sócios e serão analisadas sob a luz do Estatuto. Checar um abaixo-assinado de sócios vascaínos não pode, ou deveria, ser um processo trabalhoso.
Existem cenários possíveis caso as eleições não sejam realizadas esse ano, são eles: prorrogar o mandato do presidente Alexandre Campelo até que haja um novo pleito ou formar um comitê administrativo temporário para comandar o clube até que as eleições possam acontecer.
A junta eleitoral é formada pelos presidentes dos poderes do clube, são eles: Faués Jassus (Assembleia Geral), Roberto Monteiro (Conselho Deliberativo), Silvio Godoy (Conselho de Beneméritos), Edmilson Valentim (Conselho Fiscal) e Alexandre Campello (presidente).