Depois de muitas especulações, o Vasco, enfim, anunciou nessa semana Ramon Menezes como o novo técnico. Confesso que esperava um nome de mais peso. Afinal, um clube como o Vasco deve sempre pensar grande. Mas para o atual momento (atrasos salariais, falta de grana, projeto em andamento, conhecimento do grupo e saber os caminhos do clube) a escolha de Ramon é a mais óbvia. Uma espécie de bola de segurança.
Ramon é um profissional querido dentro do elenco, diretoria e bem visto pela torcida. Apesar de não ter atuado na função em equipes grandes, trabalhou como auxiliar de treinadores gabaritados como Luxemburgo e Oswaldo de Oliveira, entre outros. Essa experiência de visão conta muito nessas horas e pode ser uma grande aliada.
Além do mais, trata-se de um profissional humilde, estudioso e que gosta sempre de aperfeiçoar seus conhecimentos. Recentemente tirou a licença PRO na CBF. Isso sem falar que é um cara identificado com o clube e que tem uma linda história com a camisa cruzmaltina. Pelo que conheço de Ramon, vontade, determinação e muito trabalho não vão faltar. O novo técnico, aliás, está bem motivado e quer agarrar de todas as formas, essa, que pode ser sua grande chance para decolar na carreira.
Diariamente chegam muitas mensagens de torcedores reclamando de que o Vasco deveria ter ido atrás de um Gabriel Heinze, de um Ricardo Sá Pinto, de um Pedro Caixinha, de um Miguel Ángel Ramírez, enfim, de técnicos estrangeiros que criassem um fato novo e pudessem trazer conceitos diferentes. Concordo, mas no atual cenário isso não se encaixa.
Participei diretamente da apuração sobre essa busca do novo treinador do Vasco no tocante aos estrangeiros. Confesso que todos os empresários e treinadores com quem conversei, batiam muito na tecla do projeto a ser oferecido. Esse é um ano político dentro do clube. Com a possibilidade de uma nova diretoria, a escolha do treinador pesa muito nessas horas de mudanças. E hoje, não tem como a diretoria oferecer um projeto a longo prazo e com resultados em curto tempo.
Nem o melhor treinador do mundo iria dar jeito, de uma hora pra outra, num clube que vive uma ebulição política e sérios problemas salariais que, indiretamente, acabam respingando dentro de campo.
É por essas e outras que o Vasco resolveu ficar com a bola de segurança. Se vai dar certo? Só o tempo dirá…
Por: Marcus Jacobson (@detetivevasco)