Maicon é, com certeza, um dos pilares do Vasco da Gama na atualidade. Apesar de chegar com muita desconfiança do torcedores, conquistou seu espaço e se tornou titular incontestável do Gigante da Colina. Hoje, o zagueiro enfrenta o Cruzeiro em Minas Gerais, estado onde deu seus primeiros passos no futebol.
Maicon nasceu no hospital de Barretos, em São Paulo, mas foi criado no interior de Minas Gerais, em Planura, onde ajudava a cuidar do sítio de sua família. Foi com o incentivo do pai, Maurides, que era caminhoneiro e atleta amador, que Maicon alimentou e realizou o sonho de jogar futebol. O pai já o treinava desde pequeno, em fundamentos como cabeceio e domínio das duas pernas.
Aos 16 anos, Maicon já chamava a atenção de olheiros por conta de seu físico. O ge entrevistou algumas pessoas que passaram na carreira de Maicon enquanto juvenil, como por exemplo Carlos Alberto Pael, auxiliar técnico do Mamoré à época, time onde Maicon atuava:
– Fez um treinamento muito bom, cabeça alta, bons lançamentos, usando as duas pernas, um perfil muito bom. Chamou atenção, conversei com o técnico e ele pediu para que o garoto ficasse. Os outros dois que vieram com ele de Planura foram liberados.
Maicon começou a jogar no Olaria, clube amador parceiro do Mamoré. Em um teste feito para o Cruzeiro, o jovem foi reprovado de início, mas a história viria a ser outra mais para frente, como conta Pael:
– Teve uma rodada que o Cruzeiro ia jogar contra o Mamoré, e o volante titular era o Dudu Araxá, muito bom também. O Cruzeiro se interessou por ele e queria observar. Depois o Maicon entrou e fez uma partida muito boa. O Cruzeiro procurou informações sobre aquele garoto, viu potencial e fez a proposta de empréstimo.
Ao chegar no Cruzeiro, Maicon se deparou com os treinador Ricardo Drubsky e Enderson Moreira, que chegaram a uma conclusão sobre o jovem. Apesar de ser volante de origem, a posição dele não deveria ser essa. Assim, foi deslocado para o setor defensivo e passou a atuar como zagueiro, como explica Drusbsky.
– Teve uma viagem que o Enderson foi com um grupo para os Estados Unidos e eu com outro para a Europa. Como o Maicon tinha acabado de chegar, ele foi com o Enderson. Lá disputou um campeonato, e o Enderson trouxe muitas boas informações sobre ele.
Já como zagueiro, Maicon se mostrou dominante. Foi peça chave em Cruzeiro que dominou as categorias de base durante o ano de 2007. Enderson Moreira, na época auxiliar, afirmou:
– Fizemos esse recuo na Copa São Paulo de Futebol Júnior, se encaixou muito bem, se achou na posição. Teve um destaque na competição, por causa do posicionamento, jogo aéreo qualificado e pela qualidade na saída de bola.
Mesmo assim, o zagueiro não conseguiu seu espaço na equipe titular do Cruzeiro. Coube a Ricardo Drubscky mais um capítulo importante na história do já zagueiro. O coordenador fez outra excursão para a Europa e, desta vez, levou Maicon com ele. O jogador não voltou para Belo Horizonte. Foi contratado pelo Nacional e logo depois pelo Porto, onde iniciou sua gloriosa trajetória.
Após sua passagem pelo Porto, Maicon teve um período muito marcante no futebol brasileiro, vestindo a camisa do São Paulo. No clube paulista, ficou conhecido como “God of Zaga”, apelido que lhe persegue até hoje. Foi ótimo vestindo a camisa do Soberano, logo depois voltando para Europa.
Anos depois, jogou no Santos, mas não foi muito bem. O zagueiro era questionado pelos torcedores do Alvinegro. Com isso, ao chegar no Vasco, sofreu com a desconfiança da torcida, mas ultrapassou todas as barreiras e hoje é amado pelos vascaínos:
– Ele sempre foi muito sério, muito competitivo, um cara com físico avantajado, tem muita bagagem, muita técnica. O grande segredo é encontrar os atalhos do campo, ser apoio para a equipe, para os mais jovens. Tem bom jogo aéreo e muitos recursos para queimar ainda – disse Drubscky.
+ Confira a chance do Vasco conseguir vaga na Sul-Americana
+ Siga as redes sociais do Papo na Colina: Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e Google News