O Vasco finalmente garantiu sua permanência na Série A do Brasileirão e tirou uma grande pedra das costas de seus torcedores, que estavam angustiados com a possibilidade do quinto rebaixamento. Assim, o planejamento do Cruzmaltino para 2024 já começa e, segundo o diretor de futebol Paulo Bracks, o objetivo é subir de prateleira no mercado, além de renovar com a comissão técnica:
– A gente precisa e merece subir um andar. Se esse primeiro ano foi de reformulação, de reconstrução tentando ser competitivo, ano que vem precisamos subir um andar. E para subir um andar, vamos procurar fazer da linha que fizemos do meio do ano (para frente). É muito gratificante ver o equilíbrio entre atletas que performaram da primeira janela com atletas da segunda janela. Tivemos esse equilíbrio dentro de campo, o trabalho foi aproveitado. Leio matérias dizendo que foi o maior investimento da historia do Vasco. Foi o ano de maior arrecadação da história do Vasco. Hoje o Vasco tem mais ativos, tem um elenco de mais qualidade condizente com sua camisa, com sua história. Para o ano que vem se projeta uma subida de andar e a gente vai mirar objetivos maiores do que simplesmente ser só competitivo. Não faremos tantas mudanças, não trocaremos 55 peças e com o apoio, a paixão do torcedor, vamos conseguir êxitos maiores. E eu conto 100% com a comissão técnica pro ano que vem.
Sobre a permanência de Ramón Diaz no cargo de treinador, nada certo, mas Bracks afirma que conta com o argentino. O diretor de futebol brincou com o fato de ser vizinho do técnico, o que poderia ajudar em uma negociação:
– Eu conto 100% com a comissão técnica que está aqui, e que tem contrato. Essa energia que tivemos precisa ser aproveitada para o ano que vem. E o Ramon é meu vizinho, se precisar eu travo a garagem dele. Para o ano que vem, eu tenho uma viagem programada que vai ser a terceira reunião (entre os dias 11 e 14) desportiva dos grupos da 777. A primeira foi na Itália, a segunda na França e agora na Alemanha e lá vai ser debatido o projeto em termos desportivo. Na reunião de orçamento, vai ser informado ao futebol do Vasco qual será o orçamento para o ano que vem. A gente espera um orçamento no mínimo igual, sendo que não vamos precisar fazer contratações, então vamos investir em qualidade, hierarquia, experiência. O próximo passo é minha presença nessa reunião e é bom a gente explicar que é assim que funciona. E aguardo o orçamento para a gente iniciar o nosso planejamento em termos de contratações, de reformulação parcial do elenco e reitero que conto com a comissão pra me ajudar nesse planejamento. Eu tenho contrato, talvez numa situação diferente eu nem devesse responder isso. Estou aqui para servir ao Vasco, servir ao grupo e espero ficar.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE PAULO BRACKS NA ENTREVISTA COLETIVA PÓS-JOGO:
ANÁLISE DA TEMPORADA
– Queria agradecer o apoio do torcedor, que foi essencial para o nosso ano, para atingirmos esse objetivo, a comissão técnica que aceitou esse desafio que era grande, mas a altura dessa comissão, e aos funcionários e jogadores do Vasco. O Vasco é um clube de resistência e esse grupo é um grupo de resistência. Tivemos momentos de dúvidas, como o torcedor também teve. Podemos dividir o ano em três. De janeiro até abril nas primeiras três rodadas do Brasileirão. Tivemos o início da nossa reformulação. Saída de mais de 30 jogadores e uma chegada de 25 atletas. Foi o início de uma reformulação e, como toda reformulação, foi difícil. A segunda parte, de maio até agosto, foi o período em que sofremos muito. Foram três meses de pouco resultado desportivo, o que nos forçou a mudar a rota. A última vez que vim numa sala de imprensa foi depois do jogo com o Cruzeiro, em que disse que estávamos traçando uma rota. Resolvemos fazer diferente, acreditar em fazer diferente, ter convicção, ter força, resiliência, sustentar pressão e fazer diferente, fazer dar certo. Poucos acreditavam, mas na retomada de agosto para cá, a gente foi o que eu disse que fomos no início do ano, que era ser competitivo. Ninguém prometeu nada, ninguém prometeu titulo, vaga em competição sul-americana. Prometemos ser competitivos e conseguimos na terceira parte. Há muito acerto, há muito erro, e muitos já foram corrigidos. Agora tem um caderno novo para escrever o planejamento para o ano que vem. Sabíamos que seria difícil, foi acima, mas também foi acima a nossa recuperação. E poucos clubes na história conseguiram uma recuperação tão forte e impactante e na altura da resiliência desse clube.
RECADO AO TORCEDOR
– Não posso pedir mais nada ao torcedor. Ele merece desfrutar de momentos bons, de alegria, de alivio, de vitorias. É um torcedor sofrido, que nos últimos 20 anos sofreu muito. E não vamos consertar em um ano o sofrimento. As cicatrizes não se apagam em um ano. É um ano de reconstrução, de uma nova era no Vasco, que permitiu esse investimento e receitas recordes, que permitiu ter um elenco muito mais valorizado do que nos últimos anos. Que permitiu ter atletas de muita hierarquia no vestiário. Quero que o torcedor tenha alegria e nós também queremos. A gente não planeja passar pelo que nós passamos. A gente planeja passar o que passamos no segundo semestre. Conseguimos nesse primeiro ano entrar em sintonia com o grupo. Um trabalho internamente com a associação, com o novo CEO, de quem sou muito próximo, e eu acredito muito que esse processo de evolução aconteça de um ano para o outro. O que passou esse ano, não queremos passar no ano que vem. Vamos trabalhar mais e mais pra poder dar alegria e colocar um sorriso no torcedor.
OBSTÁCULOS
– Vários obstáculos, os quais não vou apontar aqui por ética, por profissionalismo. Eu sou cumpridor de ordens, sou um cara disciplinado e entendo que seja natural ter esses obstáculos. No início de um processo, de uma nova gestão, é natural. Faz parte do meu trabalho. Gostaria de ter falado mais vezes, de ter vindo em outros momentos, mas quando tivemos o pior momento do ano, abri o microfone sem limite de tempo para atender a imprensa e os torcedores. Eu acredito na evolução do nosso trabalho em parceria com a empresa e as dificuldades que por ventura aconteceram o início do ano não vão acontecer no próximo ano. Internamente melhoramos muito. Terminamos o ano muito melhor do que começamos. Sou muito otimista. Precisávamos dessa permanência, que por momentos pensávamos que estava cada vez mais difícil. Estava muito difícil. Muita gente desacreditou, mas conseguimos essa retomada. Evoluímos muito e aprendemos e vamos fazer de uma forma que os resultados sejam diferentes no ano que vem. Vamos trocar a frase do Ramon, pois não vamos precisar do No Va A Bajar.
+ Vasco esteve na zona de rebaixamento durante 37 minutos da última rodada
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