Léo Jardim finalmente recebeu a premiação pela sua fase espetacular no Vasco da Gama e foi convocado pela primeira vez para integrar a seleção brasileira. O jogador chega para substituir Ederson, do Manchester City, que sofreu lesão na última partida da Premier League. Artur Jardim, pai de Léo, foi entrevistado pelo ge e falou da emoção de ver seu filho sendo convocado e da semana histórica para o goleiro, que também viu o nascimento de sua filha:
– Ele passou a noite no hospital esperando o nascimento da filha. Ele estava concentrado, foi para o hospital, depois voltou no almoço. Eu estava com ele no Rio e levei de volta para a concentração, porque era um jogo importante e ele foi bem, pegou pênalti, classificaram. No dia do nascimento da filha foi uma marca muito boa para ele, que ele vai levar para sempre. Em cinco dias ele deu a volta no mundo. Foi tudo muito rápido e muito forte. Depois teve um jogo difícil na semifinal do Carioca, que ele foi bem. Foi uma semana bem positiva. Não terminou ainda. Estamos nessa emoção dessa convocação.
O pai de Léo revelou que sempre foi desejo do filho jogar como goleiro, apesar de ter disputado jogos na linha no início da carreira. Os primeiros toques na bola aconteceram em uma quadra na Avenida Meira Júnior, em Ribeirão Preto.
– Ele começou com seis anos, como recreação, e nesse período ele jogava na linha. Depois ele foi para o gol e não saiu mais. Aí colocamos ele no Botafogo-SP, porque ele começou a levar mais a sério, mesmo novo, só que ele tinha que passar por um aprendizado. Levamos ele para o Botafogo por conta do treinador de goleiros, o Leandro Franco.
De Ribeirão Preto, Léo foi fazer teste no Olé Brasil, um clube da própria cidade que focava na revelação de novas promessas para o esporte:
– O teste no Olé era para uma viagem que eles tinham para a Coreia do Sul. Eles estavam captando alguns meninos e ele acabou passando. Aí ele teve que optar em ficar no Botafogo ou ir para o Olé, não podia ir para os dois. Ele optou em ir para o Olé porque o treinador de goleiros, o Leandro Franco, era da escola do Botafogo e acabou indo para o Olé nesse período.
Com destaque, o jovem começou a despertar o interesse de diversos times grandes do Brasil. Foi aí que chamou a atenção do Grêmio, se transferindo para a base do time gaúcho em 2012. Disputou a Copinha de 2014 e acumulou passagens pela seleção brasileira sub-20, na epoca comandada por Alexandre Gallo:
– Quando ele voltou para Porto Alegre, ele foi chamado para fazer parte do profissional, fazer parte do grupo lá em Caxias, em que eles estavam fazendo pré-temporada. Era um time bem montado, começou a treinar e não desceu mais. Fez parte também do sub-23, que era um time alternativo, depois ele estava como reserva do Marcelo Grohe, com o Bruno Grassi. O Léo estava como terceiro goleiro – recordou o pai.
A estreia no profissional do Tricolor Gaúcho aconteceu em um jogo da Copa do Brasil em outubro de 2016, contra o Palmeiras.
– Ele entrou e foi bem, o que acabou dando um pouco mais de visibilidade para ele. Depois disso foi campeão com o Grêmio na Libertadores e na Copa do Brasil. Estava com o grupo. Nesse meio tempo, o Renato Gaúcho era o técnico e chegou o Paulo Victor, e ele esperava se firmar mesmo no profissional, mas veio interesse do Rio Ave de Portugal, e o Grêmio achou bom emprestar.
Mesmo começando como reserva no Rio Ave, Léo Jardim assumiu a titularidade com a lesão do goleiro principal. Assim, se destacou em campo em diversas oportunidades, se tornou um dos melhores do time e no ano seguinte foi vendido ao Lille, onde teve rápida pssagem. Depois voltou para Portugal, por empréstimo, ao Boavista, mas retornou ao Lille depois de um tempo.
– Ele fez uma boa campanha também e ele foi destaque, jogou o ano todo, ajudou o Boavista em jogos importantes, defesas de pênalti, e foi devolvido ao Lille. Ele chegou disputando o torneio entre o campeão da Copa da França com o campeão francês. Eles ganharam de 1 a 0 do PSG e ele começou a firmar lá. Teve um período que foi para o banco e surgiu o interesse do Vasco para ele voltar ao Brasil. Estava querendo vir mesmo, tinha especulações, e ele achou por bem vir.
Léo Jardim foi anunciado no Vasco em janeiro de 2023, com contrato até dezembro de 2025. No Brasileirão, foi um dos responsáveis por manter o time na primeira divisão nacional. Até aqui, são 59 jogos com a camisa do Cruzmaltino:
– A gente acompanha essa fase toda dele, desde o começo, e a gente nunca programou de ele ser profissional. Nunca foi uma exigência da gente. Sempre ficou muito à vontade para, quando não quisesse mais jogar futebol, ele podia desistir, fazer o que ele quisesse. A gente sempre levou muito de boa. A responsabilidade maior de tudo o que está acontecendo é totalmente dele. Ele sempre foi muito focado, gostava muito de treinar, sempre gostou, abandonou tudo e foi embora. Dessas últimas atuações para cá a gente viu que ele teve uma evolução muito grande, a responsabilidade que ele teve de manter o Vasco na primeira divisão, um time grande, de muito peso. A gente sofreu muito no ano passado para ele manter tudo isso, então a gente vai ficando mais acostumado esperando que alguma coisa boa aconteça. É uma alegria que não tenho nem como mensurar o tamanho dela. O Léo sempre me acompanhou para futebol, assistindo jogo, quadra de esportes, e tem muita gente torcendo a favor, muita gente falando que logo ele vai pegar Seleção. A gente vai se acostumando com a ideia, porque é o ápice, o sonho de todo jogador. A gente tinha uma expectativa grande, mas com os pés no chão, sabendo que tudo o que está acontecendo com ele é muito grande, é para poucos profissionais. É uma contemplação de tudo que ele tem feito. Deixa a gente muito contente. Agora começa uma nova etapa. A convocação é muito importante, mas agora começa uma nova etapa até mais difícil, porque tem que se fazer valer para agarrar essa oportunidade.
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