Desde que Ramón Diaz chegou no Vasco da Gama, na metade do ano passado, o treinador rapidamente se identidicou com a torcida do Cruzmaltino e vice-versa. Após uma campanha histórica para se livrar do rebaixamento, Ramón virou referência para os torcedores, ainda mais de cumprir a famosa declaração após o jogo contra o Bahia, no segumdo turno, onde prometeu que o Vasco não seria rebaixado: “no va a bajar”.
E essa não é a única frase marcante de Ramón Diaz no Vasco da Gama. Nesse final de semana mesmo, após o empate contra o Nova Iguaçu pela ida das semifinais do Campeonato Carioca, Ramón Diaz convocou a torcida vascaína para voltar ao Maracanã, garantindo uma classificação contra o Nova Iguaçu.
– Venham para o estádio porque o Vasco vai chegar à final (bate na mesa). Podem vir. O Vasco chegará à final no domingo. Algo mais?
Emiliano, auxiliar técnico do clube e filho de Ramón Diaz, também emplacou frases na torcida vascaína, como “lo mejor está por venir” e “se quiserem que desistamos, terão que matar todos nós”.
E isso não se reserva apenas ao trabalho dos dois no Vasco da Gama. No River Plate, time onde Ramón é conhecido como um dos maiores jogadores e treinadores da história do clube, não poderia ser diferente. O ge separou algumas dessas ocasiões:
É claro que um dos dizeres mais reproduzidos pela torcida do River é contra o Boca Juniors, em uma das maiores rivalidades do mundo. No caso, a autoria da frase é de Ramón Díaz, atual técnico do Vasco, que valorizou a festa da torcida millionária em comparação aos festejos da torcida “bostera”, forma pejorativa com a qual os torcedores do River se referem aos rivais:
– Acho que foi um espetáculo do River Plate, as pessoas, o público, o clima, o estádio. Como somos diferentes dos “bosteros”. Terríveis. (River jogou melhor?) Você acha que não? Nunca vi um time com tanto medo.
O Boca Juniors é um alvo das provocações de Ramón Díaz desde sempre. Uma “rivalidade pessoal” do treinador argentino foi Maurício Macri, ex-presidente da Argentina e ex-diretor do Boca Juniors. Multimilionário, o mandatário comandou o clube rival do River de 1995 a 2007, período em que rivalizou com o time de Ramón. A rivalidade já chegou a níveis tão grandes que Ramón chegou a apostar um carro de luxo com Macri às vésperas de um Superclássico.
– Para ele (Macri), quero fazer uma aposta, vou apostar aqui porque sei que o River vai ganhar, uma “mercedita” – levantou a aposta Ramón, com a miniatura de um carro.
– Vamos apostar 10 mil dólares, se eu ganhar eu lhe direi onde doar e, se não ganhar, faça o que quiser – rebateu Macri.
– Se ele estiver disposto a pagar uma Mercedes, sim, eu aceito, mas não aceito os 10 mil dólares – respondeu Ramón.
A partida foi disputada no Monumental e vencida pelo River por 2 a 0. Macri pagou pela van, que foi recebida por Ramón Díaz e sorteada entre a equipe, acabando nas mãos de Víctor Zapata. Outro momento marcante foi quando na rodada final do Torneio de Abertura do Campeonato Argentino 1997, o River Plate precisava de um empate para se sagrar campeão, enquanto o Boca, segundo colocado, precisava de uma derrota do rival e de uma goleada. Ramón disse:
– Eu gostaria que o Boca ganhasse e o River empatasse, porque eles ficariam um ponto atrás no final, e para os torcedores do Boca haveria um gosto amargo. Que o Boca vença com uma goleada neste domingo.
O final não poderia ser diferente, claro. O Boca Juniors venceu por 4×0, enquanto o River Plate empatou com Argentinos Juniors por 1×1 e sagrou-se campeão. Também há a frase que virou provocação do torcedor do River Plate para o Boca. A imprensa argentina comentou que o adversário iria com um time reserva, formado por jovens, o que não aconteceu. Após o término da partida em 1 a 1, com um saco de pirulitos na mão, Ramón brincou:
– Para todos os jovens do Boca, porque eles disseram que iriam jogar com jovens contra nós, eu trouxe esses pirulitos, mas vejam o time com o qual eles jogaram
Nesse domingo, o Vasco da Gama precisa vencer para avançar na competição, e óbvio, cumprir o que foi dito por Don Ramón. Confiança não falta para a torcida vascaína, que mais uma vez deve lotar o Maracanã.
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