Em entrevista coletiva recente, o técnico Jorginho, que comandou o Vasco no acesso à Série A em 2022, surpreendeu ao afirmar que a SAF do Coritiba, seu atual clube, é “mais séria e bem administrada” do que a do Vasco. A declaração, polêmica e carregada de comparações, levantou debates sobre a implementação das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) nos dois tradicionais clubes brasileiros. Mas o que realmente separa esses dois modelos de gestão?
A SAF do Vasco: desafios e expectativas
A SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Vasco foi implementada em 2021, quando o clube firmou uma parceria com a empresa norte-americana 777 Partners. A ideia era clara: trazer modernização, profissionalismo e recursos financeiros para sanar as dívidas acumuladas e recolocar o Vasco entre os grandes do futebol brasileiro. No entanto, não gerou bons resultados e o modelo associativo voltou ao poder após promessas não cumpridas pela empresa.
Embora a SAF tenha proporcionado uma injeção de capital e possibilitado a contratação de reforços, o desempenho em campo ainda não atingiu o nível esperado. A crítica feita por Jorginho, que comandou o Vasco na conquista do acesso à Série A, ecoa esse sentimento de insatisfação. Segundo o treinador, a SAF do Vasco ainda está em processo de “organização”.
SAF do Coritiba: mais sólida e organizada?
O Coritiba, que também aderiu ao modelo SAF, tem sido elogiado por Jorginho pela forma como o projeto vem sendo conduzido. O técnico destacou a seriedade da gestão e a alta qualidade dos profissionais contratados, em uma comparação direta com a situação vivida no Vasco. “O Vasco teve a chance de estar com uma SAF, mas as coisas não deram tão certo como imaginávamos. Aqui no Coritiba, acho a nossa SAF muito mais séria, pés no chão, e principalmente os profissionais são de altíssimo nível”, afirmou Jorginho após a vitória sobre o Ituano.
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Essa avaliação reflete a estabilidade que o Coritiba parece ter encontrado com sua SAF, liderada por gestores comprometidos com o desenvolvimento a longo prazo. Embora o Coxa não tenha o mesmo apelo midiático e histórico de grandes títulos que o Vasco, o clube tem se destacado pela implementação eficiente do modelo, que tem garantido uma melhora tanto na parte administrativa quanto no rendimento esportivo. Para Jorginho, a base sólida e o planejamento estruturado fazem do Coritiba um exemplo positivo de como a SAF pode funcionar.
Em última análise, a comparação entre as SAFs do Vasco e do Coritiba mostra que o sucesso de um modelo como esse depende não apenas de investimentos financeiros, mas também de uma gestão competente, que saiba lidar com as pressões internas e externas. Para o Vasco, o tempo e a paciência são fatores cruciais, mas a torcida, ansiosa por vitórias, pode não estar disposta a esperar por muito mais tempo.
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