“O SENTIMENTO NÃO PARA!”
Leandro A. Rodrigues
Há uma frase, cujo autor não consegui descobrir, por isso não darei o crédito fiel, mas a colocarei entre aspas, que diz assim: “Brasileiro não gosta de futebol. Brasileiro gosta de ganhar”.
Após a quinta derrota seguida, no atual Brasileirão, e completar o nono jogo sem vitória, é inegável que a torcida vascaína, em virtude dos traumas recentes (rebaixamentos de 2008, 2013 e 2015), comece a ficar apreensiva e temerosa quanto ao futuro do Gigante da Colina na atual temporada. O fantasma, novamente, volta a rondar o imaginário e os corações cruz-maltinos. Trata-se de uma apreensão e de um temor legítimos. No entanto, hoje, mais do que falar sobre o atual momento do nosso escrete no certame presente, vou ater-me à frase mencionada no início do texto.
Não posso dizer pelos outros clubes, mas, no nosso caso, discordo dela. É óbvio que todos gostam de ganhar, mesmo que, na maior parte do tempo, acumulemos mais derrotas do que vitórias (já refleti sobre isso na coluna passada: “Futebol – Metáfora da Vida”); todavia, o que a nossa torcida tem feito, ao longo dos últimos anos, dá mostras sinceras do quanto o vascaíno ama o “clube com a história mais bonita do Brasil”. Haja vista a adesão ao projeto do sócio-torcedor, a presença maciça do torcedor em São Januário e no Maracanã (antes da Pandemia), o auxílio para a construção do Centro de Treinamento, a recepção a Germán Cano no aeroporto. Muitos são os casos e os exemplos! E, aos meus olhos, o principal é que tudo isso tenha acontecido sem a conquista de um título de expressão, ou seja, pouco (ou nada) ganhamos, mas não abandonamos o nosso amor. Nos últimos anos, mais do que nunca, fomos fiéis ao C.R. Vasco da Gama.
Sei que a escassez de títulos interrompe o surgimento de novos torcedores. Sei que as derrotas consecutivas afastam as novas gerações. Sei que a ascensão dos rivais leva à frustração os jovens, numa sociedade que, infelizmente, alimenta-se dos imediatismos. Porém, não tem como dizer que o vascaíno não gosta de futebol. Ou melhor, não tem como dizer que o vascaíno não é apaixonado por seu clube. Precisamos de vitórias? Sim! Precisamos de conquistas? Sim! Não obstante, precisamos continuar a semear (e temos feito isso), no coração dos resilientes neófitos torcedores, a importância de se saber o motivo pelo qual se torcer por um clube. Não se trata, simplesmente, de estar no auge. Trata-se de ter consciência do real elo que nos une.
Acredito que as palavras de uma belíssima música, cantada pela torcida vascaína em todos os recantos, retratam bem o torcedor cruz-maltino: “Sempre ao teu lado até o fim”, porque, para nós, vascaínos, “o sentimento não para, pois todo vascaíno tem amor infinito”.
Saudações Vascaínas!