Depois de conseguir um valor próximo a R$ 25 milhões de reais com bilheteria em 2019, o Vasco foi conservador nas projeções da última temporada, estipulando um valor menor para esse quesito – o de R$ 20 milhões em 2020, sendo um dos poucos clubes da Série A a fazer isso no planejamento anual. O problema é que, mesmo com ‘os pés no chão’, os valores obtidos não chegaram nem perto do estipulado. O que, para um clube em dificuldade financeira, não ajuda em nada.
Por Fabio Ramos
Por conta da pandemia, que causou a ausência de torcedores nos estádios durante quase toda a temporada, o Vasco fechou o ano de 2020 com apenas R$ 3,8 milhões arrecadados com bilheteria (o que representa uma diferença de R$ 16,2 milhões em relação ao que foi projetado). Ainda assim, dos clubes que divulgaram previsão de receita com bilheteria, isso equivale a uma das menores perdas – atrás apenas da dupla gaúcha Internacional (R$ 10,9 milhões) e Grêmio (que não estipula valores, já que o dinheiro vai para a Arena Porto-Alegrense, que é quem administra o estádio). Os três, inclusive, previram receber menos no ano passado do que receberam em 2019.
Falta de torcida causa problemas além da questão financeira
Apenas para efeito de comparação, o fato de a temporada de 2019 ter sido melhor para o Vasco do que a atual – em termos futebolísticos, dentro de campo -, pode ser explicada justamente por conta da ausência de torcedores nos estádios, que prejudicou o clube em diversos fatores. Mesmo chegando às oitavas da Copa Sul-Americana, brigando de igual para igual com o Defensa y Justicia (que terminou como grande campeão), o Cruzmaltino foi aquém dos resultados obtidos há dois anos – quando chegou à final estadual e terminou em 12º no Brasileirão.
Além de não ter alcançado o mata-mata do Carioca, e ser eliminado na mesma quarta fase de 2019 na Copa do Brasil, o Vasco vem fazendo uma campanha muito fraca na principal competição do país. Muito por conta, é verdade, do baixíssimo desempenho dentro de casa – que historicamente é um ponto para lá de forte para os vascaínos, um verdadeiro Caldeirão. Sem a presença de sua torcida, o Gigante da Colina tem a sua segunda pior campanha como mandante desde o início da era dos pontos corridos em 2003, abaixo inclusive dos anos dos dois primeiros rebaixamentos – podendo igualar a campanha em casa de 2015.
Em casa, o Vasco venceu apenas seis confrontos, contra Sport (2×0 na 2ª rodada), São Paulo (2×1 na 3ª rodada), Athletico Paranaense (1×0 na 8ª rodada), Santos (1×0 na 26ª rodada), Botafogo (3×0 na 29ª rodada) e Atlético-MG (3×2 na 32ª rodada). Somando, no total, 23 dos 57 pontos possíveis – o que corresponde a cerca de 40% de aproveitamento, com seis vitórias, cinco empates e sete derrotas. Chegando a ficar mais de três meses sem conquistar os três pontos em São Januário, entre os triunfos sobre o Furacão no dia seis de setembro e sobre o Santos no dia 20 de dezembro.