A noite da última quarta-feira (3) foi de muitas estreias para o Vasco: estreia da transmissão da VascoTV no modelo Pay-per-view, estreia de muitos jogadores de base no profissional do clube, de Diogo Siston como técnico profissional e também estreia no Campeonato Carioca 2021. Infelizmente, o clube iniciou o campeonato com uma derrota. A atuação do Vasco no jogo comprova a necessidade de equilíbrio na montagem do elenco defendida por Alexandre Pássaro em entrevista coletiva na semana passada.
Por Rick de Castro
O time titular foi: Lucão, Cayo Tenório, Ulisses, Miranda e MT, improvisado; Caio Lopes, Juninho e Lucas Santos; Pec, Vinícius e Tiago Reis. Destes, apenas MT fazia sua primeira partida profissional.
O primeiro tempo foi marcado por muitos erros sucessivos de passes de ambos os lados, que levaram a um jogo fraco tecnicamente e de muitos contra-ataques. Com um time muito mais jovem, leve e mais baixo que a Portuguesa, o Vasco levava clara desvantagem em confrontos físicos e em jogadas pelo alto, sofrendo muito mais que agredindo. Era também um jogo marcado por posições fixas dos jogadores vascaínos, o que facilitava para a marcação. Lucas Santos e Tiago Reis pareciam também sentir falta de ritmo de jogo, já que pouco jogaram na última temporada. Algumas das melhores jogadas saíram dos pés de Juninho em jogadas individuais e bolas longas de Lucas Santos para ultrapassagem de Cayo Tenório e Pec, porém sem sucesso. Em uma cobrança de escanteio, Dilsinho se antecipa à marcação e marca de cabeça sem precisar sair do chão, quase na pequena área, deixando Lucão sem chances de defender.
Para a segunda etapa, o técnico fez três alterações logo no intervalo, entrando Matias Galarza, Laranjeira e Figueiredo, todos estreantes, nas vagas de Lucas Santos, Vinicius e Tiago Reis. Com essas mudanças, o Vasco altera o seu estilo de jogo, com Figueiredo e Laranjeira se alternando como centroavante enquanto desempenhavam outras funções também, sendo o primeiro também ponta esquerda e Laranjeira recuando e sendo responsável por viradas de jogo e aberturas de jogadas para jogadores mais abertos pelas pontas, com muita precisão. Além disso, as mudanças deram muito mais dinamismo no meio campo vascaíno com trocas de posição, jogadas de ultrapassagem e marcação pressão pós-perda de bola, muito em função de serem jogadores mais fortes e altos que Lucas e Vinicíus e com vigor físico que os três que saíram para praticar um futebol de mais intensidade.
Vasco passou a arriscar mais de longa distância, obrigando o goleiro da Lusa a finalmente trabalhar na partida. Aos 10 minutos teve sua melhor chance em jogada de Pec e Cayo, que foi à linha de fundo e cruzou para trás para Laranjeira, que cabeceou para fora entre a marca do pênalti e o gol. A pressão do Vasco durou até os 25 minutos, porém não surtiu efeito. O time da Portuguesa, muito fechado com os 11 jogadores atrás da linha da bola, passou a se defender e contra-atacar melhor com as alterações promovidas por seu treinador e levou bastante perigo ao gol de Lucão, mas também sem sucesso em arremates. Siston também promoveu as trocas de MT por João Pedro, também improvisado, e a entrada de Arthur, outro estreante, na vaga de Caio Lopes. Porém, neste momento o Vasco não teve mais fôlego e organização de jogadas que ameaçassem o gol da Portuguesa.
A diretoria e a comissão técnica do Vasco já deixaram claro que esse não será o time titular do clube para a temporada e nem pode ser, mas não quer dizer que o resultado ou desempenho ruim signifique que os jogadores não servem. Ulisses e Miranda se provaram uma dupla de zaga segura e entrosada, podendo ser bons reservas para uma dupla titular de mais experiência. Cayo Tenório foi uma grande arma ofensiva e firme na marcação, merecendo mais oportunidades. Laranjeira e Figueiredo são opções muito interessantes para o ataque, com mais físico de jogadores profissionais. Galarza pode ser um jogador quase pronto para o profissional, mas sem o peso de ser titular. O paraguaio já tem experiência profissional em seu antigo clube, Olímpia-PAR, mas pode sofrer na série B por ser muito franzino, sendo o único porém de jovem volante num campeonato tão físico.