Vasco e Palmeiras empataram por 2 a 2 e protagonizaram um ótimo espetáculo. No primeiro tempo, o cruzmaltino abriu o placar em cabeceio de Pedro Raul, que completou uma boa jogada de Alex Teixeira. Gabriel Pec foi oportunista e ampliou a vantagem após linda jogada coletiva. Rafael Navarro, de cabeça, diminuiu nos acréscimos da primeira etapa e viu Arthur, de 1,68m, empatar a partida em uma nova disputa aérea.
O confronto também foi marcado pelo tratamento amigável e pelo espetáculo protagonizado pelas duas torcidas dentro e fora do Maracanã. Em meio à disputa pela concessão do estádio, membros da 777 Partners estiveram presentes e viram quase 60 mil vascaínos darem um forte recado pelo uso do antigo “Maior do Mundo”. Até o momento, é o jogo de maior público da competição.
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O JOGO
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PRIMEIRO TEMPO:
A partir de um modelo de jogo bem definido por Maurício Barbieri, o Vasco teve menos a bola (42,3% x 57,6%), finalizou menos (5 x 7), mas foi mais perigoso e letal. Marcando em um sistema tático 4-4-2, o cruzmaltino dificultava as ações ofensivas palmeirenses. Na parte defensiva, Alex Teixeira e Pedro Raul sobravam, prontos para explorarem as costas dos meias e laterais adversários. Foi assim que, aos 28 minutos, Jair aproveita rebatida de Léo Pelé e inicia o contra-ataque lançando Alex Teixeira, que corta Gustavo Gómez e acha Pedro Raul para abrir o placar. O lance de transição ofensiva vem sendo característico da equipe, que também incomodou Flamengo e Fluminense com jogadas semelhantes à essa.
Após o primeiro gol, o Vasco se manteve na proposta de jogo idealizada. Controlando os perigos alviverdes, a equipe mostrava boa organização defensiva. Quando tinha a posse da bola, porém, o cruzmaltino encontrava dificuldades na saída com os zagueiros, principalmente com Robson Bambu, e optou majoritariamente pela ligação direta com Pedro Raul e Jair. No entanto, após algumas trocas na posse da bola, o Vasco teve tempo para trabalhar os passes. Em jogada iniciada pela esquerda com o zagueiro Léo, Andrey Santos passou para Piton, que deu um lindo drible em Gabriel Menino, cruzando para Pedro Raul cabecear e, após boa defesa de Weverton, Gabriel Pec ampliar o placar para o Gigante.
O mesmo cenário encontrado no Mineirão, na semana anterior, estava sendo repetido. Ao abrir dois gols de vantagem, o Vasco abaixou mais as linhas e se concentrou em ir para a segunda etapa com uma boa vantagem nas mãos. Observando o cenário desfavorável, o Palmeiras foi ainda mais ao ataque. Sem conseguir furar o meio-campo mandante, a ideia palestrina foi povoar a área vascaína com mais jogadores e realizar ataques laterais. Crescia o número de cruzamentos dos visitantes. Em uma das tentativas, até o capitão Gustavo Gómez foi ao ataque. Na mesma ação, a cobertura do meio com a lateral falhou, deixando Menino cruzar livre para achar Rafael Navarro cabecear sozinho, em falha de Robson Bambu, e diminuir o placar. Estava decretado o mesmo cenário do Mineirão.
SEGUNDO TEMPO:
Na segunda etapa, a pressão cresceu. Se o primeiro tempo havia sido vascaíno, os próximos 45 minutos seriam diferentes. O Palmeiras adiantou ainda mais as linhas, fazendo com que o Vasco, naturalmente, segundo o auxiliar Maldonado, recuasse. Durante a segunda metade do jogo, o time carioca trocou apenas 87 passes, errando mais que no primeiro tempo (22 x 23, respectivamente), quando a equipe realizou 54 passes a mais (141 x 87). Do outro lado, os paulistas aumentaram ligeiramente o número de passes, mas tiveram 90,8% de aproveitamento no quesito. Diante do recuo vascaíno e pressão palmeirense, os visitantes mais que dobraram os cruzamentos em comparação com o primeiro tempo (12 x 26).
Sendo assim, aos 17 minutos, assim como no primeiro gol visitante, o “balanço” do meio-campo com a lateral (dessa vez a direita) falhou. Rodrigo não aproximou, Dudu cruzou livre e Léo não acompanhou o pequeno Arthur, de 1,68m, que empatou o duelo. Logo após sofrer o gol, o Vasco foi ao jogo ataque novamente, deixando o jogo aberto. Dessa forma, Rafael Navarro quase virou o jogo, mas logo depois também viu Pumita desperdiçar o terceiro gol vascaíno. Maldonado demorou, mas substituiu ao ver que o time tinha perdido velocidade. No fim da partida, o Gigante da Colina se assustou em chute de Dudu, com bela defesa de Léo Jardim, e se frustrou após Figueiredo errar um cruzamento que poderia ser o da vitória aos 51 minutos.
*Os dados estatísticos utilizados no texto foram retirados no site FootStats
ANÁLISE E NOTAS:
Logo ao surgir o anúncio da tabela do Brasileirão 2023, o torcedor vascaíno viu confrontos duríssimos aparecerem logo no início. A sensação geral era desafiadora, preocupada com uma possível desilusão geral, torcendo para que após os três primeiros jogos, pelo menos três pontos estivessem na bagagem cruzmaltina. O medo, porém, se transformou em esperança e confiança com boas atuações contra candidatos ao título. Após o apito final na partida contra o Palmeiras, os aplausos de ambos os lados do Maracanã mostram um fato: o time do Vasco incomoda os adversários e compete a todo instante. Não será fácil tirar pontos do Vasco. Além disso, na próxima segunda-feira, contra o Bahia, o torcedor poderá ver a expectativa dos 3 pontos, ir aos 7 pontos nos primeiros jogos do campeonato.
Léo Jardim: 7,0 – Boas defesas, fazendo algumas difíceis, sem dar rebote, segurando o empate. Iniciou um ótimo contra-ataque no segundo tempo e não falhou nos gols. Mais uma partida segura, demonstrando que o Vasco tem um bom goleiro de Série A.
Pumita: 7,0 – Boa partida, apesar de não ter tido grande impacto no resultado. Possui transição ofensiva muito acima da média, criou boas chances para o Vasco e teve uma partida honesta defensivamente.
Robson: 4,5 – Diferentemente da última partida, na qual foi um dos melhores, Robson não foi bem contra o Palmeiras. Inseguro e lento na criação, falhou no primeiro gol e não esteve bem por boa parte do jogo. Pode voltar ao que foi contra o Galo.
Léo ©: 7,5 – Partidaça. Merecia uma nota melhor, mas o erro no segundo gol impactou diretamente no resultado final. Bons passes, boa condução, bem defensivamente (sem contar o erro).
Lucas Piton: 8,5 – Foi um recital de Lucas Piton em um domingo de Maracanã. Primeiro tempo nota 10. Jogada de altíssimo nível no segundo gol, um dos pilares ofensivos e foi bem defensivamente. Não foi tão participativo no segundo pelo contexto. Possivelmente a contratação mais regular do Vasco.
Rodrigo: 4 – Muito mal. Desligado mais uma vez em passes realizados no campo defensivo. Jogou contra Flamengo, Galo, Palmeiras e, nas três, resultou, ou quase resultou, em gols adversários. Precisa ter mais atenção quando tem a bola. Normalmente vai bem defensivamente, mas não foi o caso.
Andrey: 7,0 – Encontrou dificuldades durante o embate contra Richard Ríos e demorou para engrenar. Quando se achou na partida, realizou desarmes importantíssimos e fez bons passes (iniciando o segundo gol). Cresceu muito no segundo tempo.
Jair: 8,0 – Diferentemente dos clássicos em que atuou no Cariocão, Jair começou o Brasileirão de maneira excelente. Assim como na partida contra o Galo, jogou muito bem contra o Palmeiras. Dono do passe mais lindo da partida, resultando no primeiro gol vascaíno. Mesmo amarelado desde o início, foi bem nos duelos 1×1.
Gabriel Pec: 9,5 – O melhor jogador da partida. Que fase vive Gabriel Pec! Velocidade bem utilizada, dribles lindíssimos e verticais, decisivo e com recomposição defensiva muito bem feita. Pec mandou e desmandou no Maracanã. Por um azar no domínio, não ampliou a vantagem do Vasco para 3-0, ainda no primeiro tempo.
Alex Teixeira: 8,0 – Alex é o jogador mais eficaz do Vasco. Poucos toques na bola, mas tem a melhor eficiência do elenco. Quando a bola está sob os pés do camisa 7, há perigo para o adversário. Mortal nos contra-ataques e nos arranques. Com espaço, faz chover. Fundamental no time. Provou isso mais uma vez.
Pedro Raul: 9,0 – Junto com Gabriel Pec, foi o jogador mais decisivo do time vascaíno. Fez um lindo gol de centroavante e, no segundo gol, realizou a movimentação de maneira impecável! Quase marcou de novo. Não fez, mas acabou “servindo” Gabriel Pec.