Meninos da Colina estão entre os líderes em desarmes do Vasco na Série B
Luiz Nascimento
Nesta Série B, Gabriel Pec só anotou um gol com a camisa do Vasco. Embora estes números sejam muito fracos para um atacante, contradizem o seu momento no time principal. O petropolitano está na sua maior sequência de partidas desde que subiu para os profissionais, há pouco mais de um ano e meio. Apesar de seu desempenho ser questionado em um ou outro jogo, mas no geral, a torcida gosta de ver Pec em campo. Porém, seu papel vai muito além do último terço do campo, assim como seu companheiro de ataque, Lucas Figueiredo.
Como se sabe, o Vasco tem um sistema defensivo forte, tanto que tomou apenas cinco gols nesta altura da Série B. E essa solidez implantada por Zé Ricardo e que agrada à Maurício Souza começa com a pressão dos avançados sobre a defesa adversária. E nessa função, Figueiredo e Pec muitas das vezes deixam de jogar no último terço da cancha e recuam para recompor o sistema defensivo. A dedicação dos dois pontas é o segredo do sucesso do time do Vasco.
O momento de Figueiredo é um pouco melhor. Com dois gols (Bahia e Náutico, ambos de falta) e duas assistências, o camisa 15 do Vasco exerce uma função parecida com a que o camisa 11 faz. E isso se percebe nos mapas de calor das partidas: Figueiredo e Pec passam mais tempo na defesa que no ataque.
“Essa mudança no mapa de calor e no estilo de jogo do Pec passa por uma nova mentalidade que começa com Zé Ricardo e que o Maurício pode continuar. E o que é essa mentalidade? O Vasco usa um time que usa a velocidade e os contra-ataques a seu favor. O Cruzmaltino que propõe jogo não é efetivo, mas o que contra-ataca e marca bem se firmou como forte candidato ao acesso”, disse o jornalista Leonardo Miranda, do ge.
Ao mesmo tempo que Pec e Figueiredo são os líderes de finalizações, com 24 e 19, respectivamente, ambos estão entre os líderes de desarmes, com 20 e 21, apenas atrás do volante Yuri Lara, com 37 e do lateral direito Gabriel Dias, com 25 e só a frente do lateral esquerdo Edimar e do volante Andrey Santos, ambos com 18 desarmes cada.
Se Pec e Figueiredo são criticados, eles também são elogiados pelo papel que ambos desempenham no sólido jogo defensivo do Cruzmaltino. Com poucas opções para o ataque (basicamente só Raniel e Getúlio, além de Nenê), as crias da base vascaína se encaixaram perfeitamente no estilo de jogo na comissão técnica, que é um time que se fecha na defesa e faz o básico no ataque. Tanto é que o Vasco só venceu apenas uma vez por mais de um gol de diferença: contra o Brusque, por 2×0.
Um dos segredos da boa forma de Pec é o condicionamento. O atacante esteve em campo nos 90 minutos em sete dos 13 jogos nesta Série B. Começou no banco apenas uma vez (contra a Chapecoense) e foi substituído nos acréscimos outras duas vezes (CSA e Náutico), e na temporada o atleta também saiu nos acréscimos contra a Portuguesa da Ilha, no Campeonato Carioca. Somente na Segundona do Brasileirão, foram 1016 minutos, enquanto Figueiredo atuou por 858 minutos.
Com a missão de manter a invencibilidade, o Vasco entrará em campo contra um time um tanto quanto indigesto: o Operário de Ponta Grossa, nesta sexta-feira, às 19h, em São Januário, e contará com apoio da torcida, que esgotou todos os ingressos de arquibancada.