Nesta semana, a CBF divulgou o regulamento da Copa do Brasil de 2023, com uma mudança importante para 2024. No artigo 41 do documento, a entidade máxima do futebol brasileiro divulgou os critérios de classificação. A grande novidade será o fim das vagas pelo Ranking Nacional de Clubes (RNC). Para a próxima CdB, 10 vagas foram definidas via RNC: Santos, América-MG, Bahia, Ceará, Juventude, Chapecoense, Avaí, Vitória e Ponte Preta, além do vencedor do sorteio entre Criciúma e Guarani, que estão empatados em pontos no ranking.
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Com isso, a Copa do Brasil volta a ter a sua classificação decidida apenas via torneios estaduais (sejam campeonatos ou copas), coisa que aconteceu entre os anos de 1989 e 1994 (os cinco primeiros anos do torneio). A partir de 1995, por exigência da extinta TV Manchete (então detentora dos direitos de transmissão), começou a era dos convites, com o seu ápice chegando em 2000, quando todos os participantes (menos o Gama) foram convidados.
Com os novos critérios de classificação, o estado do Rio de Janeiro passa a ter seis vagas na competição, podendo chegar a até dez vagas, caso os quatro grandes clubes (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) se classifiquem à Libertadores ou fiquem entre os nove primeiros do Brasileirão. São Paulo também fica com seis vagas. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná passaram a ter cinco vagas, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso, Pará e Maranhão terão direito a três vagas e as outras federações terão direito a duas vagas.
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A medida valoriza as federações, que têm grande peso político na CBF, ao determinar que parte das vagas sejam exclusivas dos campeonatos estaduais. Para São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Minas e Paraná, três vagas terão que vir dos estaduais. Já nas federações que têm direito a três vagas, duas delas terão que ser destinadas ao campeão e vice dos respectivos estaduais. Vale lembrar que as 12 vagas da terceira fase destinadas aos times da Libertadores e aos campeões da Série B, Copas Verde e do Nordeste (e se necessário, o 9º colocado da Série A) não entram na conta.
A decisão vem à reboque das constantes críticas que os campeonatos estaduais recebem há vários anos, muitas das vezes, por pessoas que acham que jogos de times grandes contra times pequenos são um completo absurdo que ainda existe no Século XXI, como o jornalista que se diz torcedor da Ponte Preta Flávio Prado. Inclusive, nesta semana, em entrevista à Rádio Tupi, o presidente da FERJ, Rubens Lopes, que já foi presidente de um time pequeno, o Bangu, disse que quem quer o fim dos campeonatos estaduais é um genocida.
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“Quem fala em extinção do Estadual é um genocida desportivo em relação ao futebol. É daí que o torcedor fica brincando com os adversários. É a partir dessa competição que surgem novos adeptos. A partir daí, vem o maior fluxo de atletas, a produção da fábrica de atletas. Se acabar com o estadual, vamos reduzir as oportunidades, vai reduzir a chance de surgir novos talentos. Esse é um argumento equivocado, de quem não conhece nada de futebol. O torcedor não tem elementos suficientes para se posicionar. Garanto que se essa pergunta for feita aos atletas, eles vão concordar que isso é apologia ao genocídio esportivo.”
Por Luiz Nascimento
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