Negócio foi anunciado de forma oficial nesta segunda-feira
Luiz Nascimento
Nesta segunda feira (21), surgiu a notícia de que o Vasco vendeu 70% da empresa que irá cuidar do futebol para o fundo 777 Global Partners, dono do Genoa e acionista minoritário do Sevilla. O negócio foi fechado em R$ 700 milhões e exige como contrapartida contratações e melhorias na infraestrutura, incluindo a reforma do estádio de São Januário. Entretanto, o negócio total foi fechado em R$ 1,7 bilhão. O clube chegou a este montante porque o Vasco foi avaliado em R$ 1 bilhão, daí o valor de 700 milhões por 70% da companhia gestora do departamento de futebol cruzmaltino, 20% serão negociados no futuro e ainda há a promessa do pagamento da dívida, que está orçada atualmente em R$ 722 milhões. Por isso, este valor tão alto de quase dois bilhões de reais.
Dito isso, a diretoria estava negociando havia dois meses com o fundo americano. Á frente das conversas, estavam os vices–presidentes jurídico, Zeca Bulhões, de Finanças e Estratégias, Adriano Mendes, e o CEO Luiz Mello. Outros grupos estavam negociando, mas a proposta da Global Partners mais agradou os dirigentes vascaínos. Isso porque o Vasco não queria vender 90% da sua SAF, assim como aconteceu com Botafogo e Cruzeiro. Aliás, ao contrário do Glorioso e da Raposa, o Gigante da Colina nem constituiu uma empresa; esta tarefa caberá ao Conselho Deliberativo. Por isso que ainda não há um CNPJ vascaíno, o que irá acontecer depois da aprovação.
A intenção da diretoria cruzmaltina era vender entre 51% a 90% das ações. Com o acordo fechado hoje, em 70%, o clube terá a possibilidade de fazer novas negociações com maiores valores, inclusive com opções de compras de ações por torcedores do Vasco (ou de qualquer outro time), seja em ações ou debêntures. A única coisa certa é que o valor de mercado do Vasco é de R$ 1 bilhão. Por sua vez, os americanos farão um aporte inicial de R$ 190 milhões: R$ 70 milhões assim que o acordo for confirmado (para estabilizar as finanças do clube) e mais R$ 120 milhões quando o contrato for assinado em definitivo. Esta informação é do jornalista Rodrigo Mattos, do UOL.
O acordo prevê que os novos controladores do futebol vascaíno passarão a assumir a dívida do clube. A própria diretoria estima que o Vasco, ao final de 2022, tenha um débito de R$ 722 milhões, uma redução de cerca de 15% em relação ao último balancete publicado, há quase um ano, quando a dívida era de R$ 830 milhões. Os débitos trabalhistas e cíveis do Vasco já estão incluídos no Regime Centralizado de Execuções (RCE), que prevê desconto de 20% da receita no prazo de 6 à 10 anos.
+ Seja um sócio do Papo na Colina a partir de R$ 6,00 e ajude na cobertura sobre o Vasco
+ Vasco confirma acordo com 777 Partners; confira
Também estão em pauta os investimentos no futebol, uma vez que a expectativa dos investidores é o Vasco chegar na Série A do ano que vem com um time forte e competitivo, além da reforma de todo o complexo esportivo de São Januário, com a posterior transformação do estádio em uma arena. O mais recente acordo de reforma, assinado com a construtora WTorre em 21 de agosto de 2020, previa a reforma de São Januário a partir de 2021, com a reinauguração acontecendo em 2023, no entanto, a pandemia, crise política e o rebaixamento (com posterior permanência na Série B) adiaram, ao menos por enquanto, o plano de reforma. E com a SAF, agora este projeto deve ser tirado do papel.
O anúncio oficial do acordo para a venda da SAF do Vasco será feito ainda nesta segunda-feira. Enquanto esta matéria está sendo fechada, várias reuniões estão acontecendo no clube para debater a proposta. Uma delas está marcada para às 17h desta segunda e envolverá os presidentes de poderes, entre eles, Jorge Salgado, que participará direto de Miami, por videoconferência, segundo informa Joel Silva, do Jogada10.