Rick Castro, Colaboração Lucas Bispo.
Na memória de um torcedor há diversos jogos marcantes. Seja um jogo de título, uma derrota marcante, ou o primeiro jogo no estádio. Desde que comecei a me interessar por futebol, não faltariam jogos como esses: a virada do século sobre o Palmeiras na Mercosul em 2000; a derrota na final do Mundial para o Real Madrid em 1998; Vasco 1 x 0 Flamengo no Brasileiro de 1999.
No entanto, falarei de Vasco 3×2 Goiás pelas Quartas de final da Copa do Brasil de 2013. Esse jogo foi especial, pois ali pude ver ao vivo o surgimento de uma grande joia, a esperança de dias melhores: Thalles. Com apenas 18 anos, o jovem fazia sua estreia como titular do Vasco e em menos de 20 minutos de jogo, marcara dois gols.
O segundo, um golaço que mostrava ali o que seria sua marca: a não conformidade. Ao receber um passe oriundo de um contra-ataque, Thalles estava antes da meia-lua da grande área e tinha nada mais, nada menos que Juninho Pernambucano completamente livre ‘implorando’ – assim como todos os torcedores – por um passe para dar prosseguimento à jogada. Mas, como Thalles não se conformava com o que lhe era pedido, arriscou um chute colocado à distância, quase no ângulo.
Com a derrota por 1×0 no jogo de ida em Goiânia, o Vasco foi eliminado, porque precisava fazer dois gols de diferença. Num ano complicado, onde o time até tinha bom poder ofensivo, mas um sistema defensivo abaixo da crítica, Thalles já começou nos profissionais na condição de ídolo, algo muito raro. Nos anos seguintes, o atacante viveu temporadas irregulares e não se transformou no jogador de Seleção Brasileira que se esperava dele, tampouco se converteu na venda milionária que aliviaria os cofres do clube na época.
Apesar dos sobressaltos, Thalles marcou gols importantíssimos e foi um dos responsáveis pela volta à primeira divisão em 2016. Foram 10 gols na competição, incluindo os dois gols salvadores, na virada contra o Ceará na última rodada: estes, inclusive foram presentes de aniversário para mim, num dia emocionante.