Uma das principais demandas da torcida do Vasco da Gama com a atual diretoria que comanda o clube é a possibilidade de reforma no CT Moacyr Barbosa. Utilizado pelo elenco profissional do Vasco, o local ocupa apenas 1/3 do terreno de 69.477,68 m² cedido ao clube pela Prefeitura do Rio de Janeiro e não tem data para reforma sair do papel.
Ainda no processo de SAF, o vice-presidente Carlos Osório prometeu que, com a venda, o Vasco teria um CT de primeiro mundo. Hoje, ainda não é verdade:
– Terá sete campos, incluindo miniestádio para 4 mil pessoas, refeitório, alojamento, tudo que você possa imaginar. Em três anos, todos esses investimentos devem estar concluídos.
O clube também já confirmou pelas suas redes sociais que “existe obrigação contratual de investimentos significativos para desenvolver os centros de treinamento profissional e de base, em níveis semelhantes às principais instalações dessa natureza no Brasil. A expectativa de conclusão desses investimentos é em junho de 2024″.
Mais de um ano depois da venda, nada aconteceu. Aliás, pequenas intervenções foram feitas no estádio, como as instalações brevemente reformadas. O espaço externo, antes de terra batida, foi completamente calçado, por exemplo. Os muros que cercam o CT foram repaginados, bancos de reservas foram instalados nos campos e chegaram novos equipamentos para a academia, além dos gastos corriqueiros como manutenção do campo e pintura.
Nesse ano, a SAF comandada pela 777 Partners aprovou uma quantia de 20 milhões de reais que será completamente utilizada para a melhoria do patrimônio do clube, e isso inclui, claro, o CT. O clube aproveitou que os jogadores estavam no Uruguai na pré-temporada para dar início a obras estruturais nos vestiários, reformas na sala da comissão técnica e construção de um novo auditório, que em breve também deverá ser utilizado pela imprensa.
Mas existe um imbróglio que impede a 777 Partners de fazer uma grande reforma no local. O Vasco busca resolver as burocracias que geram insegurança jurídica na empresa, ou seja, não se sente confortável em liberar grandes investimentos enquanto o local não for repassado para seu nome.
O ge teve acesso ao Termo de Cessão de Uso nº 39/2019/SUBPA, que amarra os detalhes da cessão do terreno da Prefeitura ao clube. O documento, com validade de 50 anos, foi assinado em junho de 2019 pelo então prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella e pelo presidente do Vasco na ocasião, Alexandre Campello.
A transferência foi selada em caráter precário, o que significa que a Prefeitura pode solicitar o terreno de volta quando bem entender.
Uma cláusula completamente importante do termo diz que “quaisquer acessões ou benfeitorias acrescidas aderirão à área, imediatamente, sem indenização, renunciando o CESSIONÁRIO ao direito de retenção”. A diretoria do Vasco já procurou Eduardo Paes diversas vezes para tratar do tema, mas após o ge consultar a assessoria da Prefeitura para saber como andam as conversas, não obteve resposta.
O novo presidente da associação, Pedrinho, que se elegeu prometendo fiscalização e cobrança em cima da 777 Partners, se pronunciou e falou sore o assunto:
– Ao assinar o contrato, a 777 estava completamente ciente da cessão de uso acordada entre o Vasco e o Município. Isso já era algo definitivo, conhecido e público. Isso não é motivo para deixar de investir no CT, especialmente levando em conta a importância de um centro de treinamento à altura das pretensões de um clube historicamente vencedor, cuja estrutura deve ser de alto nível para os atletas, afinal sabemos do seu impacto direto no desempenho no futebol.
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