Um círculo vicioso que o Vasco ensaia minimizar
Por: Lucas Bispo, Colaboração Iago Xavier
Jogadores em baixa no mercado, com idade relativamente alta e histórico de lesões.
Nos últimos anos, este tem sido o perfil de contratações no Vasco, exceção de 2020, que ainda está começando.
Em 2015, o Clube bateu o recorde de contratações entre os clubes da Série A e passou de 40 reforços contratados na temporada. Resultado: o clube viveu o segundo Rebaixamento da História do Clube. Naquele elenco, estavam peças como Diguinho, Júlio César, Jorge Henrique, Herrera, Dagoberto, Leandrão, Andrezinho e Nenê (o único a conseguir grande destaque).
No ano seguinte, apesar do freio nas contratações – o clube não chegara a 15 reforços no ano – vieram atletas como Marcelo Mattos e Fellype Gabriel. O volante fazia bom ano até lesionar gravemente o joelho e parar por quase 3 anos. Já o meia, pouco atuou e foi mais um a sair sem deixar saudades.
Mantendo o padrão de contratações equivocadas, em 24/12/2016, o Vasco anunciou o meia Damián Escudero, como presente de Natal para a temporada 2017. Mas, o que a então diretoria considerou como presente, terminou como um embrulho antigo. Ás voltas com lesões, o argentino passou a maior parte do tempo no Departamento Médico e pouco entregou em campo caso semelhante ao dos atacantes Luis Fabiano ‘’O Fabuloso’’ e Muriqui.
Em meio á ebulição política, veio 2018 e o clube seguiu apegado á sua tradição de captar não apenas jogadores, mas também gestores de qualidade questionável. Numa só tacada vieram os diretores Newton Drummond e Paulo Pelaipe, que trouxeram a São Januário os laterais Fabrício e Rafael Galhardo, o zagueiro Erazo e o atacante Rildo.
A baixa qualidade dos reforços se refletiu nos resultados em campo, e o Vasco só escapou do rebaixamento na última rodada, muito disso graças ao acréscimo técnico dado por Castán e Maxi Lopez, das poucas idas certeiras do Gigante no mercado.
Em 2019, o clube até diminuiu o ímpeto em atletas de idade elevada, mas o perfil de reforços em baixa se manteve. Vieram o lateral Cláudio Wink, o atacante Ribamar, além do goleiro Sidão, os meias Bruno César, Marquinho, Valdívia e o atacante Clayton – símbolos da falta de critério do departamento de futebol cruzmaltino.
Neste ano, apenas o atacante German Cano foi contratado, fato que trouxe surpresa, já que há muito tempo o clube não trazia um jogador no auge da carreira, o último havia sido o atacante Alex Dias em 2005 (Artilheiro do Brasileirão 2004).
A falta de critério nas contratações ao longo dos anos acarretou num círculo vicioso, onde os atletas não dão retorno técnico, aumentam significativamente a folha salarial do clube que não consegue honrar, vivendo sufocado por processos trabalhistas e penhoras.
Em mais um ano complicado financeiramente, enfim, a direção do clube mostra um olhar mais analítico e crítico para mercado, buscando minimizar os erros recentes nas suas contratações.
Mas, como o ano ainda está começando, só o tempo realmente vai dizer.