Protagonista do último grande título que o Vasco conquistou, Diego Souza não esconde que sempre foi torcedor vascaíno. O jogador tem o carinho da torcida por tudo que fez no clube, mas essa identificação poderia ser maior se ele tivesse retornado ao clube antes do final da carreira, coisa que a torcida queria, mas não aconteceu de fato.
Em 2018, quando o Vasco buscava um substituto de Nenê para vestir a camisa 10, diretoria e jogador conversaram para um acerto. Diego havia perdido espaço no São Paulo e estava afastado do elenco.
— Apareceu a oportunidade de eu voltar para o Vasco. Praticamente estava acertado com o Vasco. Eu teria que me apresentar na segunda-feira em São Januário, mas eu pedi para acertar uma semana antes porque queria trazer minhas coisas para o Rio. Uma pessoa (do Vasco), na época, falou “não, vamos assinar depois, porque estou numa lancha, durante a Semana Santa, colocando gasolina, vamos acertar na segunda-feira mesmo”. Eu não entendi… mas na segunda-feira, estava jogando futevôlei em São Paulo, e o Raí me chamou para conversar — explicou o ex-jogador.
— O Aguirre perguntou se eu tinha vontade de jogar no São Paulo, e eu não entendi porque ele estava perguntando isso. Eu vim para o São Paulo com o sonho de jogar uma Copa do Mundo, mas não entendi porque tinha virado a salvação do time pra ele naquele momento. Ele me disse que todos os jogadores pediam a minha volta. Então, a gente se acertou, as coisas começaram a virar, e ele virou um pai para mim — completou.
A “pessoa na lancha” era Fred Lopes, que foi VP de futebol do clube durante a administração de Alexandre Campello. O diretor confirmou a história, mas disse que o tempo que precisava era para conversar com o então técnico Zé Ricardo sobre a possível contratação, visto que o comandante desejava um jogador mais móvel. Diego Souza vinha atuando como atacante no São Paulo.
— Eu era quem tocava a negociação e realmente estava na lancha no dia, mas trabalhar da lancha e do escritório dá no mesmo, com um telefone resolvia a história. No entanto, eu precisava de tempo para convencer o Zé Ricardo, que queria um camisa 10 mais móvel do que o Diego Souza, que já vinha atuando como um atacante no São Paulo — comentou.
— Eu tinha que falar com o Zé Ricardo, entrei em contato com ele e disse que precisávamos do Diego em qualquer circunstância, seja como 9 ou 10. Quando ele (Zé Ricardo) decidiu pela contratação também, ele já estava convencido a ficar no São Paulo. Ninguém queria mais o Diego do que eu — contou Fred Lopes.
Depois da saída do meia em 2012, essa foi a oportunidade que ele mais ficou próximo de retornar ao Vasco. O clube tentou a contratação também em 2021, mas não avançou. No entanto, Diego Souza afirma que o sentimento é o mesmo.
— Na minha época do Vasco fui muito vitorioso e feliz. Espero que essa nova geração possa passar por tudo que passamos. Esse título seria muito importante para uma nova geração de vascaínos. O meu filho é vascaíno. Então, sabemos que o sentimento nunca vai parar.
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