Vasco vive problemas na lateral-direita desde que perdeu Gabriel Dias por lesão
Luiz Nascimento
Um dos principais problemas do Vasco nesta temporada é a lateral-direita. Os dois jogadores que se revezam nesta posição, Léo Matos e Matheus Ribeiro, são bastante questionados e costumam falhar muito desde que o então titular Gabriel Dias lesionou o joelho. Porém, com a chegada do novo técnico Jorginho, a promessa é que este setor seja consertado, afinal de contas o comandante da nau cruzmaltina foi lateral-direito.
Gabriel Dias se lesionou na vitória contra o Londrina, ainda no primeiro turno, mas vinha jogando praticamente no sacrifício até se lesionar de novo, contra a Chapecoense, no começo do returno. Resultado: está fora do restante da temporada e só deve voltar mesmo no ano que vem. Desde então, a lateral-direita cruzmaltina está muito instável. Nem mesmo a saída de Weverton, que foi para o Internacional, melhorou a situação.
“Em relação às laterais, conheço bem essa posição, talvez eu possa falhar em outras, mas nessa eu não posso. Da forma como eu irei usá-los, tenho certeza que vão subir de produção, vão ter mais confiança.”, disse Jorginho, que foi um lateral-direito com uma carreira bem-sucedida.
Dias era o titular absoluto da posição e tinha um papel crucial no forte sistema defensivo do Vasco. A única opção que tinha no elenco era Léo Matos, que o substituiu no jogo contra a Chapecoense e também quando o ex-Cruzeiro estava no DM. Porém, Léo nunca teve muita confiança da torcida, que o apelidou de “Yellow Matos” ou “Léo Kratos”, o primeiro apelido em referência ao fato de tomar muito cartão amarelo e o segundo é uma brincadeira com o famoso personagem do jogo God of War, do Playstation.
Matheus Ribeiro foi contratado para o lugar de Weverton, que como citado anteriormente, foi chamado de volta para o Red Bull Bragantino, que por sua vez, o emprestou para o Internacional. Reserva e encostado no Avaí, Ribeiro estreou na derrota contra a Ponte Preta, entrando justamente no lugar de Matos. Foi titular na vitória contra o Tombense em casa e nas derrotas contra CSA e Bahia, fora, até que voltou para o banco no jogo contra o Guarani, mas voltou contra o Brusque, porque Léo Matos estava suspenso. Em todas as partidas, ficou uma percepção de que o atleta de 29 anos tem se mostrado pouco seguro defensivamente.
Apesar dos percalços, Jorginho tratou de animar e elogiar todos os laterais que tem no elenco e diz que espera vê-los atuando tanto ofensiva quanto defensivamente:
“A gente tem bons laterais com características totalmente diferentes, principalmente do lado esquerdo, onde tem o Edimar, jogador muito experiente, um equilíbrio muito grande em termos ofensivos e defensivos, o Paulo Victor, que é um jovem que tem mais capacidade em termos físicos, aquele que vai mais dentro, é mais agudo. Do lado direito, eles se assemelham um pouco mais, o Leo é muito experiente, pela sua idade, rodagem, e o Matheus é um pouco diferente.”
O treinador ainda falou sobre como os laterais mais lentos podem ser um bom apoio para defesa:
“Se você pega um jogador que não tem tanta velocidade mas precisa de um jogador para apoiar pelo lado, porque ele não vai ser esse cara para ultrapassar, como eu era, que ultrapassava o tempo todo. Se você tem um jogador como o PV, agudo, você tem que trabalhar dessa maneira com ele, tem que dar o corredor.”
Por fim, o comandante disse que como quer que os laterais se comportem em termos ofensivos e defensivos e que eles entendam sua função no momento em que estão desempenhando:
“Quando você basicamente monta a linha de cinco no ataque adversário, você é um atacante. Não é que ele vai esquecer de voltar, ele vai voltar por dentro. Mas naquele momento, a função dele era justamente chegar na linha de fundo, dar um cruzamento, passe para trás, cavadinha. É fundamental que ele entenda ali no momento quem ele é.”, disse o técnico, em coletiva ontem no CT Moacyr Barbosa.
De fato, Jorginho tem know-how e muitos títulos. Como lateral-direito, foi tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira, campeão brasileiro pelo Flamengo em 1987, bicampeão japonês pelo Kashima Antlers e campeão da Copa João Havelange e da Mercosul pelo Vasco em 2000.