Após a derrota para o Goiás por 1 a 0, em São Januário, o jornalista do SporTV, Lédio Carmona, publicou um texto em sem Instagram falando sobre o atual momento do clube. No texto, Lédio fala sobre a morte do ídolo Roberto Dinamite e sobre a paixão do torcedor vascaíno nesses últimos anos.
“2023 foi concebido para ser um símbolo de luto do Vasco. Roberto Dinamite morreu no oitavo dia desse ano maldito. O maior ídolo se foi. O torcedor não o verá mais. Não pode mais abraçá-lo. Ficou a estátua. A saudade dos seus quase 800 gols e um vazio incomensurável.
Nada poderia ser maior do que essa perda. Mas toda maldição é pouca para quem vive de amar o Vasco nas duas últimas décadas. A perda precoce do maior ídolo é insuperável. É maior do que o risco de um novo rebaixamento. Qual é a novidade? Caiu quatro vezes em 15 anos. Qual é o espanto se cair a quinta? O time joga como nunca e perde como sempre dentro da sua casa. Há anos é assim. A fúria do caldeirão engole seu próprio dono.
Por sinal, São Januário e seu torcedor seguem mal tratados. Abandonados, sucateados e clamando por um mínimo de bons tratos e modernidade. Para piorar, a ira do torcedor machucado depreda o monumento de cimento. Esfarela o pouco que ainda resta do patrimônio da instituição. E maltrata mais o coração sofrido de milhões de apaixonados por uma causa chamada Vasco.
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A cada futricagem dos dirigentes, o torcedor vê sua paixão ser pisoteada e sufocada com gás de pimenta. Vascaíno de verdade não sofre por politicagem, muito menos tem cartola como ídolo. Vascaíno de verdade vive de paixão. Não se alimenta de bravata de engravatados, nem de promessas inférteis de milionários dolarizados, incapazes de entender o que significa ser Vasco. Vascaíno sem relutância vive de memórias, chora pelo presente e sonha com o futuro.
Amaldiçoaram o Vasco. Não sei quem foi exatamente, mas o trabalho se comprovou exemplar. Maquiavélico. Mas só uma coisa essa tal criatura tentou, porém nao conseguiu. A alma do vascaíno nunca será sequestrada. Nem ela, nem sua memória. O vascaíno se acostumou a viver e se alimentar de sua história e de suas lembranças. Com esse patrimônio, ninguém mexe. É o que sobrou até o dia em que o resgaste seja pago e a grandeza do Vasco devolvida ao seu desamparado torcedor. Enquanto houver a saudade, o Vasco será imortal.”
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