Dupla já treina com elenco do Vasco enquanto espera documentação para vestirem a camisa de forma oficial
Apesar de ainda não terem sido apresentados, o meia Luiz Henrique e o zagueiro Juan Quintero já treinam no CT Moacyr Barbosa, casa do Vasco. Emprestados pelo Fortaleza até o fim do ano, ambos não estavam nos planos do Leão do Pici e reforçam um time em reconstrução. E para quem cobre o dia a dia do Tricolor Cearense, podem ser muito úteis para a campanha da Série B. É o que pensam o comentarista da TV Verdes Mares (afiliada da Globo no Ceará) Daniel Rocha e a setorista do Leão no GE, Thaís Jorge.
Luiz Henrique: técnico e com visão de jogo
Em suma, revelado nas categorias de base do Flamengo, o meia Luiz Henrique fez parte de uma geração multicampeã no sub-20 da Gávea. Porém, ao se profissionalizar, perdeu espaço e começou a ser emprestado para ganhar experiência. Em 2020, foi para o Fortaleza e no esquema tático do técnico Enderson Moreira, foi fundamental na luta contra o rebaixamento.
“O Luiz Henrique é um garoto que chegou no início de 2020. E no momento mais crítico da temporada, quando o Fortaleza brigava contra o rebaixamento, foi o camisa 10, o jogador central da organização do time do Enderson Moreira. Ele deu assistências, passou a ser protagonista no setor de criação, como um autêntico camisa 10” – destacou Daniel Rocha, comentarista da TV Verdes Mares.
Portanto, para o comentarista, Luiz Henrique deve brigar por uma vaga no time de Zé Ricardo, com uma vantagem: além de ser meia, Luiz também é volante.
“Ele começou jogando como segundo volante, no desarme e dando início às transições ofensivas do Fortaleza. Então pode jogar nas duas funções no time do Vasco. Acredito, especialmente em uma competição do nível técnico da Série B, que ele vai ter espaço no meio de campo do Zé Ricardo e vai ser bastante utilizado e até ser titular. O Luiz tem muita qualidade técnica, bom passe e visão de jogo, além da qualidade de desarme, por já ter jogado como volante com qualidade na saída de jogo”.
Irregularidade chama atenção
Entretanto, seu principal problema é a irregularidade. Para a setorista do GE, Thaís Jorge, o novo meia do Gigante da Colina alternou bons momentos com atuações apagadas, o que o fez perder espaço no time.
“Luiz Henrique oscila muito. Não conseguiu conquistar a titularidade, mas foi importante com duas assistências para David, contra Coritiba e Vasco, em 2020. O melhor momento foi com Enderson Moreira, que depois o levou para o Botafogo” – recordou Thaís.
Portanto, Luiz Henrique foi para o Botafogo em 2021, porém, chegou durante a disputa da Série B. Fez 11 jogos pelo time de General Severiano, um deles começando como titular. No Vasco, o meia quer recuperar o bom futebol dos tempos de Fortaleza.
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Juan Quintero: liderança e raça, mas cabeça quente
Em suma, Quintero chegou ao Fortaleza em 2019, no ano em que o Leão voltou a Série A. Foram 96 jogos com a camisa do Tricolor do Pici, sendo o colombiano que mais atuou com a camisa do time cearense. Após perder espaço, foi emprestado ao Juventude em 2021.
E o principal motivo para que o colombiano ficasse fora dos planos do técnico argentino Juan Carlos Vojvoda foi uma expulsão durante o jogo contra a Chapecoense, em junho do ano passado, após uma jogada imatura, o que desagradou o treinador. Aquela foi sua última partida com a camisa do Fortaleza. Para Daniel Rocha, apesar do comportamento agressivo, o beque pode ser um jogador muito importante dentro e fora de campo.
“Quintero é um zagueiro com aquela pitada de xerifão. Ele tem aquela cara que amedronta, de quem não leva desaforo para casa. Até por isso algumas vezes acaba passando do ponto. Tem perfil de liderança. Era o capitão do Fortaleza. Mas com o Vojvoda acabou perdendo espaço no esquema com três zagueiros, não agradou muito ao técnico argentino. Por não jogar com o técnico, era melhor para o Fortaleza não manter um jogador jovem com passagem pela seleção colombiana. Acredito que no Vasco ele tem perfil para ser titular” – avaliou o comentarista.
Disciplina em cheque
Decerto, já para a setorista do GE, a raça é um dos pontos fortes do defensor, mas ela chama a atenção para a questão disciplinar.
“Quintero fez um bom ano em 2019, ganhando a confiança da torcida do Fortaleza. É aquele zagueiro mais firme nas jogadas e conseguiu render bem. No entanto, em 2020, acabou perdendo espaço, fazendo 27 jogos. É um atleta que pode agregar para a Série B. Muito raçudo. Às vezes peca na quantidade de punições, o que acaba prejudicando” – pontuou a jornalista.
Ainda assim, em 2021, o colombiano fez 24 jogos, 13 pelo Fortaleza e 11 pelo Juventude, sendo parte fundamental para a permanência do time da Serra Gaúcha na elite do futebol brasileiro. Ontem, Quintero treinou com bola no CT Moacyr Barbosa. Tanto o zagueiro quanto o meia ainda aguardam a documentação para serem anunciados pelo Gigante da Colina.
POR: Luiz Nascimento