Fundador da empresa explica como chegou ao acordo com o Vasco e garantiu que o time será a principal potência do grupo
Em sua primeira entrevista após a confirmação do negócio entre Vasco e 777 Partners, Josh Wander, um dos fundadores da empresa, explicou alguns pontos do acordo milionário. O jornalista Rodrigo Capelo, do GE, conversou longamente com o empresário, que fez questão de garantir que o Gigante da Colina será o time principal dos investimentos da Holding.
“Sobre o Vasco, eu acho que, como em todo investimento que analisamos, estamos procurando fatores que nos façam acreditar que haverá valorização desse ativo ao longo do tempo. O Vasco está na segunda maior cidade do Brasil, no quinto maior país do mundo. Há uma população enorme, que podemos comercializar. Nossa visão é que, antes de tudo, queremos comprar clubes que achamos que tenham cenários econômicos que fazem sentido. Que possam ser bem-sucedidos comercialmente, dentro do possível. Ter uma população grande, em países com uma rica história no futebol, tradição, com uma grande conexão com seus torcedores, é muito importante para nós” – Disse Josh.
777 Football Group
Portanto, ainda desconhecida para o mercado brasileiro, as informações sobre a 777 Partners chegam conforme os dias passam. Josh fez questão de explicar o papel da holding e como agem no mercado:
“777 é uma holding global que atua em seis áreas: consumo e comércio; seguros; aviação; empréstimos; finanças de litígio; esportes, mídia e entretenimento. Em cada uma dessas áreas, 777 tem diversas empresas no portfólio em diferentes lugares do mundo. Mas a ideia principal da estrutura de holding e da nossa habilidade de investir no longo prazo é que, dentro do possível, todos os nossos negócios vão criar valor para outros negócios. Nós somos capazes de criar eficiências dentro do nosso ecossistema para todos os negócios, assim eles podem se beneficiar dos recursos que a 777 tem como uma holding.
A função principal do que a 777 faz é consolidar algumas das partes mais rotineiras dos negócios de todas as empresas que temos no portfólio, através do nosso ecossistema. Fazendo isso, nós criamos eficiências de custo, operacionais, potencial compartilhamento de dados, a possibilidade de utilizar recursos de um negócio num local distante do mundo no seu negócio, porque está no mesmo ecossistema.
Na 777, nós estamos construindo essa estratégia de comprar diferentes clubes, que vamos chamar de 777 Football Group. O 777 Football Group vai se concentrar em mercados-chave, com tradições ricas e profundas, verdadeiras identidades de marca, conexões com bases de torcedores que consideramos que fazem sentido. Nós vamos desenvolver talentos, vamos desenvolver fortes categorias de base, empregar análises inovadoras de dados do futebol para nos ajudar a tomar decisões. Vamos integrar operações de forma parecida com a que fazemos na holding 777 e tentar contratar os melhores gestores para administrar esses negócios”.
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Vasco será a joia da coroa
Decerto, a empresa já é dona de forma total, do Genoa, da Itália. A intenção, de acordo com Josh Wander, é ter ainda mais times. Entretanto, garantiu que o Vasco será a potência principal da cartela de clubes pertencentes ao 777 Football Group:
“O Vasco é fundamental nesse sistema. Vasco será o centro da nossa operação na América Latina. Na nossa visão, é uma joia da coroa no mundo do futebol, e deve ser tratado assim. Nosso objetivo é fazer tudo que estiver ao nosso alcance para garantir que o Vasco possa retomar o seu domínio no lado esportivo. Para fazer isso, nós vamos nos concentrar, com nossos outros clubes, no recrutamento, no scouting, no desenvolvimento da performance dos jogadores. Criar eficiências no negócio que tornem o negócio sustentável daqui para frente. Para que o Vasco possa se perpetuar pelos próximos 100 ou 200 anos, através da estrutura, a infraestrutura de sustentabilidade financeira que será implementada.
E aí, claro, todos os benefícios desse grande ecossistema do 777 Football Group, no qual provavelmente teremos maior poder de barganha, teremos economia de escala, poderemos usar recursos de outros clubes para o Vasco e vice-versa. O tempo todo tentando defender o espírito do esporte, garantindo que todos os clubes, no seu direito, possam ter o maior sucesso possível”.