Por: Daniel Camara
O lateral direito do Vasco abriu o coração em coletiva, relatou sobre o resultado da pancada recebida num clássico, desabafou sobre não ser relacionado e atribuiu todo esse tempo longe dos gramados ao técnico Zé Ricardo.
– Foi uma questão de escolha do Zé Ricardo. Quando iniciou o ano, fiz questão permanecer no Vasco pela minha vontade de recolocar Vasco na primeira divisão. Chegou o Weverton, sabia seria natural uma disputa entre nós. Comecei com Covid e já comecei atrás. Ele começou bem, é natural, tem que esperar meu momento. Depois me causou estranheza que sai de titular para terceira opção com chegada do Gabriel Dias.
– Imaginaram que briguei com alguém, com Zé ou sei lá. Pelo contrário, minha relação com Zé é excelente. Por mais naquele momento tenham optado por outros jogadores, nunca deixaram de me respeitar, nunca me excluíram. Todos os trabalhos eu praticava, nenhum momento faltei com respeito, sou muito grato por isso. Levo com muita naturalidade, levo com normalidade. Fiquei treinando, se eu não fizesse isso no domingo eu tinha passado vergonha, um jogo com intensidade, só mostra para todos o quão profissional eu fui. Ainda que eu não concordasse com o que vinha acontecendo. Mas são decisões a serem tomadas.
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Foi nesse período, longe dos gramados, que Léo Matos pensou que seu ciclo no Vasco tivesse acabado. Com contrato até o fim do ano e sem oportunidades, o lateral cogitou procurar um novo clube.
– Passa, passa pela cabeça, sim. De repente que meu ciclo tivesse se encerrado, precisava buscar outro clube. Mas são coisas passa na cabeça de qualquer jogador momentaneamente sem jogar. Não posso chegar e falar que está tudo bem, o importante jogador ter discernimento. No meu caso, o Gabriel se lesionou, e optaram por mim naquele jogo. Não estava sendo relacionado, e do nada caiu no meu colo uma oportunidade. Estava feliz da vida, mas você fica receoso. Única coisa pedi a Deus meus companheiros tivessem uma boa performance e eu pudesse acompanhar. Muito do meu rendimento dependeu deles, eles estiveram bem e eu acompanhei o ritmo deles. Se não fosse no Vasco, teria que ser em outro lugar, precisava estar pronto, chegar e jogar. Eu sou muito tranquilo para esse tipo de coisa, vou completar 20 anos como profissional, já aconteceu muita coisa na minha carreira. O que eu passei agora há muito tempo não passava. Ficar fora de jogo, parecia que estar fora de contexto. Felizmente joguei bem, todo mundo jogou bem.
Em outra parte da entrevista coletiva, Leo Matos responde sobre ficar no clube e sobre sua resiliência:
Perguntado se em algum momento, o desanimo o abateu de alguma forma, Leo Matos foi direto. Momento de desânimo, não. Essa palavra não se encaixa muito bem. Não estava sendo aproveitado, desanimar nunca desanimei. Estava me preparando para algo, não sabia o que era. Tinha muita fé em Deus. Mas eu tinha no fundo do coração esperança que seria aqui.
“O maior objetivo nesse momento é subir o Vasco, objetivo coletivo, mas é individual também. Eu preciso, se for o caso de encerrar o ciclo em dezembro, sair do Vasco da mesma forma que entrei. Tenho alguns objetivos individuais com certeza, que é subir o Vasco, continuar jogando até o fim do ano. Tenho mais dois ou três anos de carreira, se eu conseguir realizar isso seria maravilhoso para mim. Tenho familiares vascaínos, amigos vascaínos, se puder continuar jogando na minha casa seria maravilhoso. Meu objetivo pessoal é provar para todos tenho capacidade de jogar pelo menos mais um ano aqui.”