O clima dentro de São Januário está longe de ser um dos melhores. A relação entre a SAF, gerida pela 777 Partners, e o clube associativo está muito desgastada, dias antes da reunião do Conselho Administrativo marcada para a próxima quarta-feira, um dia antes da próxima partida do Vasco, contra o Goiás.
Os dirigentes da associação cogitam pedir a demissão do CEO Luiz Mello do Vasco da Gama. Entre diversas reclamações acerca do trabalho do diretor, há o entendimento que falta proatividade em pleno momento de crise no futebol, onde o Vasco da Gama atualmente ocupa a 19° colocação no Campeonato Brasileiro.
Segundo o UOL, um grupo de conselheiro protocolou uma denúncia contra Luiz Mello. Eles alegam que o CEO do Vasco era sócio do Flamengo no momento em que tomou posse, em 31 de agosto do ano passado, e solicitaram a apuração dos fatos. Ao assinar o Termo de Posse, Luiz Mello declarou que “não detém, direta ou indiretamente, vínculo associativo […] de clube ou entidade de prática desportiva, exceto pelo acionista fundador, o CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA”.
O ge apurou e confirmou que, no momento em que assinou o termo, Luiz Mello era sócio-torcedor do Flamengo, maior rival vascaíno. O documento assinado pelos conselheiros, pedindo a investigação do caso, chegou recentemente às mãos do presidente Jorge Salgado.
Apesar do desgaste ser enorme com membros da associação, Luiz Mello tem prestígio entre a 777 Partners. Os executivos entendem não haver motivo para a saída do CEO e que os “ataques políticos” em nenhum momento afetaram a relação de Mello com a empresa. A maior preocupação do grupo, por ora, é com o futebol, onde o Vasco se encontra em crise.
Em contrapartida, a situação de Paulo Bracks é menos confortável. A empresa entende que o diretor-executivo poderia ter feito um trabalho melhor com os mais de 100 milhões aportados e utilizados para contratações no início da temporada, e que o Vasco deveria estar melhor colocado dentro do Campeonato Brasileiro.
Existem também alegações de clima ruim entre a SAF e o departamento de futebol, com insinuações internas de “fogo amigo”. No dia 25 de maio, Bracks e Mello apareceram juntos em um bate-papo com jornalistas, com o objetivo de negar o boato de que havia atrito entre os dois. Bracks queria ter concedido entrevista coletiva naquele dia, mas não conseguiu autorização da alta cúpula vascaína. Pouco tempo depois, autorizado a falar, Bracks disse: “Eu queria ter falado na semana passada, mas está superado”.
Na próxima semana há a expectativa de que Johannes Spors, diretor-esportivo da 777, venha ao Brasil. Ele vai participar presencialmente da reunião do Conselho de Administração da SAF da próxima quarta-feira (21) e acompanhar a partida contra o Goiás, em São Januário, válida pela 11ª rodada do Brasileirão.
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