O meio campista Laranjeira foi emprestado pelo Vasco da Gama ao Remo, do Pará, até dezembro de 2023, exatamente quando seu vínculo com o Cruzmaltino termina. Depois de surgir muito bem e ser uma das principais peças do time que chegou até a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019, Laranjeira não rendeu no profissional do Vasco e uma extensão de vínculo com o Gigante após o término de seu contrato parece distante.
Entretanto, em seu novo clube, existe a expectativa que o futebol de Laranjeira possa ser recuperado. Em entrevista exclusiva para a ESPN, o treinador do Remo e ex-treinador do Vasco, Marcelo Cabo, acredita que possa tirar o melhor do jogador. Cabo disse que a contratação de Laranjeira foi um pedido dele, já que comandou o jogador em 2021, quando treinava o Vasco, e conhece o seu potencial:
– Eu tive a oportunidade de trabalhar com o Laranjeira no Vasco, ele chegou até a ser titular comigo em alguns jogos. É um jogador que eu enxergo muito potencial. Talvez ele tenha perdido o timing lá no Vasco por algumas razões. Foi um pedido meu para a diretoria, o meu diretor, Thiago Gasparino, já o conhecia muito bem, desde as categorias de base, é um profissional que tem um banco de dados muito vasto e a gente entendeu como uma oportunidade mercado trazer o Laranjeira, para que ele pudesse retomar o seu bom momento na carreira, nos ajudar nessa empreitada no Remo.
Marcelo Cabo defendeu o jogador e deu exemplos de jogadores que precisaram “respirar novos ares” para reencontrar seu futebol:
– Chegou muito motivado, já conversei com ele, é um jogador que precisa conquistar minutagem, já é um jogador de 23 anos, com um potencial muito grande, mas jogou muito pouco. No cenário nacional, eu posso te dar alguns exemplos de quando isso aconteceu, por exemplo, o Artur, do Palmeiras, quando foi emprestado para o Londrina, Jajá, do Cruzeiro, quando foi emprestado para o CRB. Alguns jogadores de muito potencial, às vezes, precisam sair para que conquistem um pouco de minutagem, desenvolvam o seu melhor trabalho, e aí a gente ganha um jogador que nos vem agregar muito.
Marcelo Cabo também aproveitou para falar sobre sua passagem no Vasco da Gama. Após a queda do clube em 2020, Cabo foi o selecionado pela diretoria para comandar a equipe em 2021 na missão de conquistar o acesso à Série A. Após um Campeonato Carioca de altos e baixos, Marcelo chegou para a Série B em baixa e acabou sendo demitido na 12ª rodada, após empate com o Náutico em São Januário. Cabo acredita que, caso tivesse ficado no clube, teria conquistado o tão sonhado acesso:
– Eu cheguei no Vasco em um momento muito difícil, uma queda para a Série B. Cheguei no Vasco numa segunda-feira, e o Vasco estreava quarta-feira no Estadual. Foi naquele período pós-pandemia, onde acumulou uma temporada de 2020, que terminou em março de 2021. A gente não teve tempo de planejar como deveria uma reconstrução de uma equipe, tinha jogadores que não sabiam se iriam ficar ou sair. Tínhamos um teto para contratar. É como se diz no futebol, a gente precisou trocar o pneu com o carro andando. Não tivemos pré-temporada, período para a transição de saída e chegada de jogador, e no futebol é difícil, você não faz em um, dois meses. Eu cheguei em uma segunda, 12 dias depois a gente estreava na Copa do Brasil diante da Caldense, e a gente tentou ir formando um elenco dentro dessas competições, que eram o Carioca e Copa do Brasil. A gente vai bem na Copa do Brasil, chega até às oitavas, o Estadual começou com o sub-20, quando eu peguei já estava com 0 pontos, e dentro da Série B a gente não teve um início muito bom, mas a gente se recuperou dentro da competição. Eu saio do Vasco 5° colocado, a 2 pontos do G-4. Eu acho que faltou um pouco mais de convicção no meu trabalho, um pouquinho mais de tempo. Eu tenho convicção de que, seu terminasse aquela Série B no Vasco, com certeza eu subiria com o Vasco.
Entretanto, o treinador revelou que não guarda mágoas do Cruzmaltino e que se sente muito agradecido pela oportunidade de poder ter trabalhado em um clube tão gigante do futebol brasileiro:
– Só gratidão ao Vasco. Ter a oportunidade de trabalhar nesse gigante do futebol brasileiro, ter feito parte da história do Vasco como treinador da equipe. Todos sabiam que era um momento muito difícil, mas eu sempre respeito as escolhas. Tenho muito carinho e gratidão pelo presidente Jorge Salgado, pelo Alexandre Pássaro e todos aqueles com quem eu trabalhei no Vasco. E, principalmente, pela sua torcida, a gente sabe que a torcida quando tem bons resultados ela abraça, vai junto, mas quando não tem os bons resultados como ela pensa, ela questiona. A gratidão pelo Vasco da Gama é eterna pela oportunidade de ter trabalhado nesse gigante do futebol brasileiro.
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