Nesta quinta-feira, o ex-diretor de futebol do Vasco da Gama, Alexandre Mattos participou do Charla Podcast. O executivo, que atualmente está no Cruzeiro, falou sobre seu período trabalhando no Cruz-maltino e criticou a 777 Partners, ex-dona do clube.
– Foi curto, mas foi ótimo, porque comprovei que é um time gigantesco e tem uma torcida espetacular. Não deveria ter passado nem um décimo do que passou nos últimos anos. O que aconteceu no Vasco é que eu não consegui trabalhar, não da maneira que eu fui comunicado que seria. Se não eu não teria nem ido. Muitas coisas que aconteceram não tinham minha aprovação, o chefe falava “é isso que a gente quer” e isso acontece. Quando fui contratado me disseram que precisavam da minha experiência, porque estavam chegando no mercado sul-americano. A totalidade da 777 ficava na Europa, mas o futebol brasileiro tem uma particularidade – disse Mattos.
—Eu sou um cara de longos projetos, lá eu confrontava, tanto que minha relação durou pouco. Não consegui nem montar uma equipe de trabalho. Eu não consegui ser eu, não consegui ter liberdade. Tem coisas ali que eu sabia que não ia de acordo com o que o torcedor queria. A comunicação foi mal feita em todos os sentidos. Eu tentei. Lembra de uma entrevista que eu dei? Ali rompeu tudo. Tinha que explicar transparente o que está sendo feito, se não a torcida imagina uma coisa e a gente imagina outra – completou o dirigente.
– Eu perguntei várias vezes o propósito: fazer dinheiro? Ganhar título? Nunca me foi dito. O meu defeito foi eu não ter alinhado tudo no início. Me passaram um baita de um projeto, eu queria trabalhar no Rio, foi muito rápido. Não deu certo, as reuniões que eu tinha eram sempre no confronto: “Quer fazer? Vamos fazer, mas não vai dar certo”. Tinha uma frase famosa sobre o Flamengo (Josh Wander, em março de 2022: “Vai ser a última vez na história que o Vasco vai jogar contra o Flamengo com desvantagem no orçamento”). Eu falava que tinha que derrubar isso, porque não é isso que está acontecendo: “Ah, mas vai acontecer a longo prazo”. A torcida do Vasco não suporta isso.
– Outra coisa que foi muito duro. Eu tinha um relacionamento bom com o Pedrinho, eu falava para trazer ele e falavam que não podiam. Eu tinha que obedecer. A gente precisava trazer um pouco dessa paixão vascaína para dentro, estava muito frio aquilo ali. Eu não sei o que a empresa queria. Eu fui com uma expectativa muito grande, mas atado, não tinha caneta.
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