Nesta sexta-feira, o Vasco da Gama publicou um comunicado oficial abordando a suspensão da arbitragem na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Cruz-maltino destacou que a decisão foi tomada para proporcionar “tranquilidade na construção de um eventual acordo envolvendo a saída definitiva da 777 do quadro societário da SAF”.
“A fim de esclarecer a suspensão da arbitragem que ocorre na Câmara de Arbitragem da FGV por 90 dias, o Club de Regatas Vasco da Gama informa que tal deliberação tem como objetivo dar tranquilidade para a construção de um eventual acordo envolvendo a saída definitiva da 777 do quadro societário da SAF.
Também informamos que, segundo nos foi passado pela A-CAP e demonstrado através dos documentos compartilhados até o momento, os ativos do futebol da 777 Partners foram apartados das demais disputas judiciais que a empresa atravessa no mundo e, hoje, são controlados exclusivamente pela A-CAP.
O Vasco da Gama aceitou a sugestão de suspensão formulada pela A-CAP com o intuito de sinalizar a intenção da busca por uma solução que atenda aos interesses do clube na defesa do seu patrimônio, evitando perdas, desvalorizações e prejuízos.
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Caso não haja um entendimento com a A-CAP ou aconteça uma mudança no cenário atual de controle dos ativos de futebol da 777, a arbitragem e o processo judicial serão retomados, sem nenhum prejuízo ao direito do Vasco da Gama e às decisões obtidas perante o Poder Judiciário.
O Club de Regatas Vasco da Gama mantém o controle da VascoSAF, conforme liminar obtida, e continua na sua missão de resgatar os valores da história e da marca Vasco da Gama influenciando, assim, todo o departamento de futebol. Podemos ganhar, perder, empatar, mas não negociamos a forma”, diz a nota do clube.
O movimento integra as negociações do clube com a A-CAP, seguradora que passou a controlar a 777 Partners. De acordo com o clube, a seguradora americana provou ser a proprietária dos ativos de futebol da 777 após as disputas judiciais envolvendo o antigo parceiro do Gigante da Colina.
Entrevista do vice-presidente jurídico do Vasco
Em que estágio se encontra o Vasco nesse processo de venda do futebol? É cabível que haja a venda nesse período de 90 dias de suspensão da ação?
“A suspensão é recente. Ela é fruto de tratativas que iam sendo feitas junto à A-CAP e resultou nessa suspensão. Foi um pedido deles que nós entendemos que fazia sentido. É cabível (a venda em 90 dias). Mas a gente não pode cravar nada. A suspensão é normal do ponto de vista processual. Mas tudo que aconteceu antes está valendo. O processo é suspenso, mas a decisão do poder judiciário está valendo. Você só suspende o processo por determinado período de tempo, nada de novo acontece. Esses 90 dias que foram pedidos pela A-CAP é justamente para eles poderem tomar pé da situação e fazer valuation para entender o cenário.
Se vai sair acordo, se não vai, é futurologia, não tem como a gente prever. o que posso dizer é que a A-CAP chegou aqui no Brasil com postura bem mais transparente em relação à 777. Bem mais objetiva. Existe essa possibilidade, mas vai depender dos próximos passos de todo esse trabalho que vai ser feito nos próximos 90 dias.
“A gente disse naquela coletiva que tomou decisão difícil, mas tomamos com base em fortes indícios de que estava acontecendo situação desagradável com a 777. O interessante é que a última notificação que a gente manda para a 777 é justamente sobre a A-CAP. A gente notifica dizendo “olha, tomamos ciência de que vocês não controlam mais o futebol”. Isso tinha impacto direto não só nos contratos, mas na nossa relação. Eles responderam na época que era mentira. Foi a última comunicação formal que tivemos antes da ação. Hoje nós recebemos a A-CAP no brasil e eles demonstraram de fato que estão no controle. Então, assim, isso nos dá conforto de que a gente agiu da melhor forma e com base nas informações de que a gente tinha naquele momento e que se concretizaram na prática. A gente está muito tranquilo em relação a isso. Tudo que a gente pesquisou na época que apontava para uma direção, hoje a gente tem certeza que estava certíssimo”, afirmou o vice-presidente jurídico Felipe Carregal Sztajnbok ao Globo Esporte.
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